O artigo examina a orientação intrínseca que orienta as atividades de Responsabilidade Social Corporativa (RSC) nos relatórios voluntários de sustentabilidade publicados pela Samarco, mineradora brasileira, identificando como a empresa se percebe em relação ao sério desastre ambiental ocorrido em 2015. Nossa análise aplicou o modelo de Basu e Palazzo (2008) baseado em um processo de entendimento organizacional para explicar como a empresa expressa seu pensamento, como ela o discute e como ela atua para lidar com as expectativas e consequências do acidente. Analisamos os relatórios que retratam o colapso da barragem de rejeitos, observando em que extensão os riscos e prejuízos ao ecossistema seriam antecipados e mencionados aos stakeholders. Nossas evidências mostram que a empresa não antecipou qualquer informação relevante sobre os perigos reais ou impactos críticos de suas atividades operacionais. Após o acidente, a Samarco parece manter sua postura relacional com a sociedade. Entretanto, as ações práticas indicam estar cuidando de seus próprios interesses.