Em busca de uma unidade temática no diálogo Crátilo de Platão
Revista Quero Saber
Em busca de uma unidade temática no diálogo Crátilo de Platão
Autor Correspondente: J. F. P. Cabral | [email protected]
Palavras-chave: Platão, Linguagem, Poética, Método
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
Este trabalho procura analisar o discurso de cada personagem no diálogo Crátilo a fim de encontrar uma possível unidade temática, adotando uma abordagem metodológica dramática em discussão com outras metodologias. Com isso, visa compreender o lugar do Crátilo no Corpus Platonicum, contextualizando a discussão com o que a antecede e também a sucede. Segundo a síntese das temporalidades envolvidas na constituição da obra platônica (léxis, nóesis, poíesis e génesis), é possível verificar um ordenamento (diátaxis) segundo o qual uma cronologia interna ou dramática evidencia o vínculo entre os textos numa sucessão de cenas, materializando a intenção do autor em relação à recepção da obra e consequente ordem de leitura e ideias. A partir de tal abordagem, percebe-se a insuficiência de atribuir ao diálogo uma visão seja essencialista, derivada da natureza das coisas, seja meramente convencional, derivada do puro arbítrio. E assim, uma nova possibilidade é vislumbrada neste novo horizonte: a dialética.
Resumo Inglês:
This work seeks to analyze the speech of each character in the Cratylus dialogue in order to find a possible thematic unity, adopting a dramatic methodological approach in discussion with other methodologies. With this, it aims to understand the place of Cratylus in the Corpus Platonicum, contextualizing the discussion with what precedes and also follows it. According to the synthesis of the temporalities involved in the constitution of Plato's work (lexis, noesis, poiesis and genesis), it is possible to verify an order (diataxis) according to which an internal or dramatic chronology evidences the link between the texts in a succession of scenes, materializing the author's intention in relation to the reception of the work and consequent order of reading and ideas. From such an approach, one can see the insufficiency of attributing to dialogue a view that is either essentialist, derived from the nature of things, or merely conventional, derived from pure will. And so, a new possibility is glimpsed in this new horizon: the dialectic.
