Em busca da emancipação na gestão do conhecimento

Ano: 2017 | Volume: 11 | Número: 2

Autores: J. M. Ferraz, J. Sales

Palavras-chave: teoria crítica, gestão do conhecimento, emancipação, autonomia

Resumo Português:

A gestão do conhecimento tem se consolidado nos discursos acadêmicos e nas práticas das organizações
particulares e públicas especialmente nas três últimas décadas. Discursivamente a gestão do conhecimento
se apresenta como meio eficiente e eficaz para conduzir organizações modernas, por meio da promoção de
um ambiente de autonomia e valorização humana. Diante do paradoxo sob o qual tal pretensão se edifica a
proposta deste ensaio consiste em perscrutar a gestão do conhecimento à luz da teoria crítica para investigar
se há alguma possibilidade de emancipação nas organizações. Dentre as principais inflexões, defende-se que a
criação de conhecimento corporativo, que poderia ser um caminho para melhoria da vida da população, tem
sido direcionada, em maior medida, para atender aos interesses do capital, em detrimento dos interesses da
humanidade. Não obstante, frente às contradições da teoria de criação do conhecimento como instrumento
de controle do capital, desconfia-se que o conhecimento tácito poderia ter uma lacuna pela qual a luz da
emancipação poderia penetrar.

Resumo Inglês:

Knowledge management has been consolidated in the academic discourses and practices of private and
public organizations especially in the last three decades. Discursively knowledge management presents itself
as an efficient and effective way to lead modern organizations, through the promotion of an environment of
autonomy and human valorization. In view of the paradox under which such a claim is built, the purpose of
this essay is to examine the management of knowledge in the light of critical theory to investigate whether
there is any possibility of emancipation in organizations. Among the main inflections, it is argued that the
creation of corporate knowledge, which could be a way to improve the life of the population, has been directed
to a greater extent to meet the interests of capital, to the detriment of the interests of humanity. Nevertheless,
in the face of the contradictions of the theory of knowledge creation as an instrument of capital control, it is
suspected that tacit knowledge could have a gap by which the light of emancipation could penetrate.