Diversidade Sexual e de Gênero na Saúde Mental: Aproximações e experiências no campo da pesquisa

Revista Brasileira de Estudos da Homocultura (REBEH)

Endereço:
Avenida Fernando Corrêa da Costa, 2367 - Boa Esperança
Cuiabá / MT
Site: http://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/rebeh/index
Telefone: (63) 9988-4412
ISSN: 2595-3206
Editor Chefe: Bruna Andrade Irineu
Início Publicação: 01/01/2018
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Multidisciplinar

Diversidade Sexual e de Gênero na Saúde Mental: Aproximações e experiências no campo da pesquisa

Ano: 2019 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: Larissa de Castro Marção Ferreira, Millainy de Oliveira Coelho, Marco José de Oliveira Duarte
Autor Correspondente: Marco José de Oliveira Duarte | [email protected]

Palavras-chave: diversidade sexual, gênero, saúde mental

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Historicamente as diversidades no campo das sexualidades e dos gêneros foram tratadas por vieses tanto conservadores, como moralistas e sobre as mesmas sempre existiu um olhar extremamente negativo e punitivista. Com isso, ao longo dos séculos diversas instituições, e, em particular, as da ordem médica, e, especificamente, as de saúde mental, assumiram o papel de enquadrá-las como patológicas. Atualmente, apesar de as Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT) não se enquadrarem como sujeitos com patologias, o processo de sofrimento não as abandonou uma vez que por continuarem subjugadas as mais diversas formas de violência, a população LGBT se torna predisposta a um maior sofrimento mental. Dessa forma, constatou-se a importância desses sujeitos acessarem as políticas de saúde mental, bem como os serviços oferecidos pela mesma, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Desta forma, a partir da inserção em dois dos CAPS da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de uma cidade da Zona da Mata mineira, realizou-se uma pesquisa qualitativa, baseada na análise crítica-reflexiva do cotidiano das instituições a fim de entender o espaço ocupado por essa população dentro desses dispositivos assistenciais. Observou-se que a presença das LGBT dentro dos CAPS se dá minimamente e aquelas que acessam, sofrem com o silenciamento e a invisibilidade de suas sexualidades e identidades sexuais e de gênero e, contudo, também se deparam com condutas profissionais que reforçam o estigma, o preconceito e a discriminação. Logo, reafirma-se a necessidade de efetividade das políticas de atenção à população LGBT, tal como dos compromissos firmados pelos órgãos de fiscalização das profissões que compõem as equipes dos CAPS, com vistas a um trabalho profissional em equipe que prime pelo princípio da não discriminação e eliminação de todas as formas de preconceitos.



Resumo Inglês:

Historically, diversities in the field of sexualities and genders have been treated by both conservative and moralist biases, and there has always been an extremely negative and punitive view. With this, over the centuries several institutions, and in particular those of the medical order, and specifically those of mental health, have taken on the role of framing them as pathological. Currently, despite the fact that Lesbians, Gays, Bisexuals, Transvestites and Transsexuals (LGBT) do not fit themselves as subjects with pathologies, the process of suffering has not abandoned them since, as they continue to subjugate the most diverse forms of violence, the LGBT population becomes predisposed to greater mental suffering. Thus, it was found the importance of these subjects to access mental health policies, as well as the services offered by it, such as the Psychosocial Care Centers (CAPS). Thus, from the insertion in two of the CAPS of the Psychosocial Care Network (RAPS) of a city in Zona da Mata in Minas Gerais, a qualitative research was carried out, based on the critical-reflexive analysis of the institutions' daily life in order to understand the space occupied by this population within these assistance devices. It was observed that the presence of LGBT people within CAPS is minimal and those who access it, suffer from the silencing and invisibility of their sexualities and sexual and gender identities, however, they also face professional conduct that reinforces stigma, prejudice and discrimination. Therefore, the need for effective policies to care for the LGBT population is reaffirmed, as well as the commitments made by the supervisory bodies of the professions that make up the CAPS teams, with a view to professional team work that strives for the principle of non-discrimination. and eliminating all forms of prejudice.



Resumo Espanhol:

Históricamente, las diversidades en el campo de las sexualidades y los géneros han sido tratadas por prejuicios conservadores y moralistas, y siempre ha habido una visión extremadamente negativa y punitiva. Con esto, a lo largo de los siglos, varias instituciones, y en particular las del orden médico, y específicamente las de salud mental, han asumido el papel de enmarcarlas como patológicas. Actualmente, a pesar de que las lesbianas, los gays, los bisexuales, los travestis y los transexuales (LGBT) no se adaptan a sí mismos como sujetos con patologías, el proceso de sufrimiento no los ha abandonado ya que, a medida que continúan sometiendo las formas más diversas de violencia, la población LGBT se convierte en predispuesto a un mayor sufrimiento mental. Por lo tanto, se encontró la importancia de estos sujetos para acceder a las políticas de salud mental, así como a los servicios que ofrece, como los Centros de Atención Psicosocial (CAPS). Así, a partir de la inserción en dos de los CAPS de la Red de Atención Psicosocial (RAPS) de una ciudad en la Zona da Mata en Minas Gerais, se realizó una investigación cualitativa, basada en el análisis crítico-reflexivo de la vida cotidiana de las instituciones para comprender el espacio ocupado por esta población dentro de estos dispositivos de asistencia. Se observó que la presencia de personas LGBT dentro de CAPS es mínima y quienes acceden a ella sufren el silenciamiento y la invisibilidad de sus sexualidades e identidades sexuales y de género, sin embargo, también enfrentan conductas profesionales que refuerzan el estigma, prejuicio y discriminación. Por lo tanto, se reafirma la necesidad de políticas efectivas para atender a la población LGBT, así como los compromisos asumidos por los órganos de supervisión de las profesiones que conforman los equipos CAPS, con miras al trabajo en equipo profesional que lucha por el principio de no discriminación. y eliminando todas las formas de prejuicio.