O objetivo deste texto é discutir a dinâmica relacional que envolve o afrocentramento, abrindo a abordagem à diferença. São apresentados pressupostos teóricos nos campos do currículo e das relações étnico-raciais. Currículo é tratado como política cultural. Já relações étnico-raciais, como conjunto ativo de respostas em relação a questões em debate que guiam as demandas em disputa. O caso da cultura afro-ameríndio-maranhense – no contexto da amefricanidade – e seus rastros autobiográficos são mobilizados de modo a ilustrar e a compor o quadro argumentativo em defesa da diferença como abertura, fluxo de sentidos. Sem a pretensão de esgotamento, este trabalho salienta que o caráter de afrocentramento vem se constituindo como tática diante dos históricos ataques eurocêntricos. No entanto, há risco – quando predomina o apagamento do caráter aberto dos processos de identificação e singularidades – de que não se possa dar conta do que a experiência afro-maranhense e a autobiografia apontam como exemplos da dimensão relacional e da impossibilidade de sutura. A diferença remete à imprevisibilidade e ao acontecimento, inevitáveis ao novo, diante de sedimentações.
This text aim to discuss the relational dynamics that surround Afro-centrism, opening up a different approach. Theoretical presuppositions are presented in the fields of the curriculum and ethnic-racial relations. Curriculum is treated as cultural policy. That ethnic-racial relations as an active set of answers in relation to questions in debate that guide the demands in dispute. In the case of Afro-Amerindian-Maranhense culture – in the context of amefricanidade, its autobiographical traces are mobilized in order to illustrate and compose the argumentative scenario in defense of difference as an opening, a flow of meanings. Without pretense of exhaustion, this work highlights that the character of Afrocentramento sees itself being constituted as a tactic in the face of two historic Eurocentric attacks. However, there is a risk – when the lack of open character predominates over two processes of identification and singularities - that cannot be accounted for, since the Afro-Maranhense experience and the autobiography appear as examples of the relational dimension and the impossibility of suturing. The difference refers to unpredictability and events, inevitable to the new, in the face of sedimentation.
El objetivo de este texto es discutir la dinámica relacional que rodea al afrocentrismo, abriendo un enfoque diferente. Se presentan presupuestos teóricos en los campos del currículo y de las relaciones étnico-raciales. El currículo es tratado como política cultural. Mientras relaciones étnico-raciales, como conjunto activo de respuestas en relación a cuestiones en debate que orientan las demandas en disputa. En el caso de la cultura afroamerindia-maranhense, en el contexto de la Amefricanidade, sus huellas autobiográficas se movilizan para ilustrar y componer el cuadro argumentativo en defensa de la diferencia como apertura, flujo de significados. Sin pretender agotarse, este trabajo destaca que el personaje del Afrocentramento se ve constituido como una táctica frente a dos ataques eurocéntricos históricos. Sin embargo, existe un riesgo -cuando la falta de carácter abierto predomina sobre dos procesos de identificación y singularidades- que no puede ser explicado, ya que la experiencia afromaranhense y la autobiografía aparecen como ejemplos de la dimensión relacional y la imposibilidad de sutura. La diferencia se refiere a la imprevisibilidad y a los acontecimientos, inevitable para lo nuevo, ante la sedimentación.