DETERMINANTES DE SECESSÕES BEM- -SUCEDIDAS NA ÁFRICA PÓS-COLONIAL: O CASO DO SUDÃO DO SUL

Revista Brasileira de Estudos Africanos

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ISSN: 24483907
Editor Chefe: Analúcia Danilevicz Pereira
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Multidisciplinar

DETERMINANTES DE SECESSÕES BEM- -SUCEDIDAS NA ÁFRICA PÓS-COLONIAL: O CASO DO SUDÃO DO SUL

Ano: 2018 | Volume: 3 | Número: 6
Autores: Albano Agostinho Troco
Autor Correspondente: Albano Agostinho Troco | [email protected]

Palavras-chave: Secessão, Movimentos Secessionistas, Autodeterminação, Sudão do Sul, África Pós-Colonial

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Desde o início das independências africanas nos anos 1960, diversos países vivenciaram rebeliões envolvendo grupos etno-linguísticos ou comunidades marginalizadas, que exigem a partição territorial de Estados existentes com o objetivo de constituir nações novas e independentes. Apesar da alta incidência de conflitos secessionistas no continente, apenas dois casos conseguiram com sucesso estabelecer novos Estados na África pós-colonial: Eritreia, em 1993, e Sudão do Sul, em 2011. A fundação do Sudão do Sul ocorreu em um contexto continental e global hostil à emergência de novos Estados. Tal evento deu início a um intenso debate na literatura a respeito dos fatores que melhor explicam a partição do país. Uma parte da academia sugere que fatores domésticos são cruciais no processo, enquanto outra defende serem fatores externos os decisivos para a separação. Este estudo oferece uma nova perspectiva ao debate argumentando que uma combinação entre fatores domésticos e externos foi decisiva para o sucesso da luta secessionista do Sudão do Sul. O artigo se baseia na análise qualitativa de fontes secundárias e representa uma contribuição única ao debate sobre os determinantes para as secessões bem-sucedidas na África pós-colonial.



Resumo Inglês:

Since the dawn of independence in the 1960s, a number of African countries have experienced rebellions involving ethno-linguistic groups or marginalized communities demanding territorial separation from existing states in order to establish new independent nations. Despite the high incidence of secessionist conflicts in the continent only two cases have succeeded resulting in the establishment of two new states in post-colonial Africa: Eritrea in 1993 and South Sudan in 2011. The secession of South Sudan took place in a continental and global context hostile to the emergence of new states. This event started an intense debate in the literature regarding the factors that better explain the partition of the Sudan. One group of scholars has suggested that domestic factors were crucial in the process, while another group advocates that external factors played the decisive role in determining the break-up of the Sudan. This study adds a new perspective to the debate contending that a tight combination of both domestic and external factors was decisive in determining the successful outcome of Southern Sudan’s secessionist struggle. The study draws upon qualitative secondary data sources and represents a unique contribution to the debate on the determinants of successful secessions in post-colonial Africa.