Desvendando mundos: lendo e escrevendo com os olhos, o pensamento e a imaginação com uma turma do terceiro ano de uma escola pública
Revista de Educação Popular
Desvendando mundos: lendo e escrevendo com os olhos, o pensamento e a imaginação com uma turma do terceiro ano de uma escola pública
Autor Correspondente: Graziele Eloísa Balduino | [email protected]
Palavras-chave: Imaginação, Desenhos, Ensino-aprendizagem
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
O presente texto apresenta resultados de uma pesquisa desenvolvida em 2013 em uma escola pública municipal na cidade de Uberlândia, Minas Gerais, com uma turma de 3º ano do ensino fundamental. O trabalho tem, como norteamento metodológico, a pesquisa qualitativa e etnográfica, na qual a presença do pesquisador é intensa no campo. O cotidiano dessa turma era sempre surpreendente. As crianças, a cada dia, nos mostravam que, além de aprender a decifrar códigos da escrita, elas precisavam ser escutadas, respeitadas e que também escreviam e se expressavam por meio de desenhosescritas, movimentos corporais e da fala. A pressão para a alfabetização e o letramento das crianças é grande sobre elas e sobre os professores. O importante é empurrar a escrita e a leitura com muitas cópias. O tempo para aprender e conversar sobre elas, seus desejos, suas angústias e saberes quase não existe. As crianças tentavam, nos entretempos e nas ações que começamos a desenvolver com elas, fazer tudo aquilo que precisavam, mas não podiam: se expressar de diferentes maneiras. A escola e o sistema se preocupam muito mais em resultados e estatísticas que com a verdadeira aprendizagem humana e fertilizadora das crianças.
Resumo Inglês:
The present article is part of a research master’s thesis which was developed in 2013 in a public school in the city of Uberlândia, Minas Gerais with a third grade class. The everyday life of this class was always amazing. Every day, they showed us that, besides learning to decipher codes of writing, they needed to be heard, listened to and respected. They also wrote and expressed themselves through drawings, body movements and speech. The pressure for the children’s literacy was too great on them and on the teachers. What mattered was to make students read and write through copies. The time to learn, to talk about themselves, their desires, their fears and knowledge almost did not exist. Therefore, the children tried, between classes and actions that we began to develop with them to do whatever they needed, but could not: to express themselves in different ways. The school and the system worry more about results and statistics than about real human learning and children’s fertilizer.
