DA HIBERNAÇÃO CONVENIENTE AO DESESPERO CIRCUNSTANCIAL: DISCURSO DE ÓDIO, COMUNICAÇÃO POLÍTICO PARTIDÁRIA E AS ELEIÇÕES GERAIS DE 2015 DA NIGÉRIA

Revista Brasileira de Estudos Africanos

Endereço:
UFRGS - Faculdade de Ciências EconômicasAv. João Pessoa, 52 sala 33A - 3° andar - Centro - Porto Alegre/RS
Porto Alegre / RS
90040-000
Site: http://www.seer.ufrgs.br/rbea
Telefone: (51) 3308-3963
ISSN: 24483907
Editor Chefe: Analúcia Danilevicz Pereira
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Multidisciplinar

DA HIBERNAÇÃO CONVENIENTE AO DESESPERO CIRCUNSTANCIAL: DISCURSO DE ÓDIO, COMUNICAÇÃO POLÍTICO PARTIDÁRIA E AS ELEIÇÕES GERAIS DE 2015 DA NIGÉRIA

Ano: 2017 | Volume: 2 | Número: 4
Autores: Mike Omilusi
Autor Correspondente: Mike Omilusi | [email protected]

Palavras-chave: Political Communication, Hate speech, Political Party, Election, Campaign

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Até alguns meses para as eleições gerais de 2015, muitos partidos políticos que hibernaram convenientemente por uma boa parte da sua existência, talvez devido à falta de estrutura organizacional adequada ou base de apoio, programas descoordenados ou por terem sido registrados por ganhos pecuniários, de repente começaram a aparecer no espaço político. O principal partido da oposição e o partido no poder estavam ou aperfeiçoando processos de fusão ou envolvidos em discussões internas, de modo que a comunicação com o eleitorado em questões fundamentais tornou-se inconsequente. Na verdade, os dois partidos dominantes, o Partido Popular Democrata e o Congresso Progressista Geral apenas lançaram seus candidatos presidenciais menos de cinco meses para as eleições; e a campanha eleitoral assumiu a contestação desesperada em um clima de preconceito e intolerância. Os discursos de ódio e a violência foram as características de suas campanhas eleitorais. As eleições gerais de 2015, portanto, oferecem um contexto único para interrogar o lugar da comunicação política do partido em uma democracia emergente e, especificamente, como as campanhas de ódio entre os gladiadores políticos/partidos conflitantes poderiam gerar violência e, se não domesticadas, descarrilar a consolidação democrática. Este artigo afirma que o discurso de ódio não é apenas inspirado por algumas circunstâncias sociais, mas também parte de um processo democrático geral. Isso atesta o fato de que os políticos nigerianos se tornaram mais desesperados e ousados em tomar e manter o poder político; e mais intolerantes à oposição, críticas e esforços para substituí-los. Baseando-se amplamente em fontes secundárias com a ajuda de ferramentas descritivas e narrativas, este ensaio conclui que a cultura política de um país determina o comportamento e a atitude da população em relação ao sistema político, e que a transição democrática de uma administração para outra, particularmente em democracias emergentes, muitas vezes foi acompanhada de violência promovida pelos desejos do partido político no poder para consolidar seus apelos ao poder e pelo interesse dos interessados em capturar o mesmo.



Resumo Inglês:

Until a few months to the 2015 general elections, many political parties that have conveniently hibernated for a better part of their existence, perhaps owing to lack of proper organizational structure or support base, uncoordinated programmes or were registered because of pecuniary gains or admittance of anticipated poor electoral outing, suddenly began to jostle for political space. The main opposition party and the ruling party were either perfecting a merger processes or engulfed in internal wrangling such that communication with the electorate on fundamental issues became inconsequential. In fact, the two dominant parties, the Peoples Democratic Party and All Progressive Congress only produced their presidential candidates less than five months to the election; and the electoral campaign assumed desperate contestation in a climate of prejudice and intolerance. Hate speeches and violence were the hallmarks of their electoral campaigns. The 2015 general elections therefore, offer a unique context to interrogate the place of party political communication in an emerging democracy and specifically how hate campaigns among political gladiators/contending parties could generate violence, and if not tamed, derail democratic consolidation. This essay affirms that hate speech is not only inspired by some social circumstances but also part of a general democratic process. It attests to the fact that Nigerian politicians have become more desperate and daring in taking and retaining political power; and more intolerant of opposition, criticism and efforts at replacing them. Relying extensively on secondary sources with the aid of descriptive and narrative tools, this essay concludes that the political culture of a country determines the behavior and attitude of the population towards the political system and that democratic transition from one administration to another, particularly in emerging democracies, has often been accompanied by violence promoted by desires of the political party in power to consolidate their grips on power and by opposition parties interest to capture same.