Da colonização à agência dos atores: a implementação de políticas públicas por organizações civis
Barbarói
Da colonização à agência dos atores: a implementação de políticas públicas por organizações civis
Autor Correspondente: C. Tirelli | [email protected]
Palavras-chave: assistência social, sociologia relacional
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
O artigo discute as diferentes apropriações de uma polÃtica pública – Programa Rede Parceria Social – pelas organizações civis que atuam na área da Assistência Social no Rio Grande do Sul, através da realização de dois estudos de caso nos anos de 2011 e 2012. A partir de uma perspectiva teórica assentada na sociologia relacional e no institucionalismo histórico, analisa-se de que forma a trajetória institucional dos atores sociais, a qual os levou a ocupar no presente determinadas posições (relacionais) no campo da Assistência, condiciona a sua forma de interpretar se apropriar de oportunidades polÃticas como a representada pelo Programa Rede Parceria Social. Nesse sentido, coloca-se sob suspeição as teses proferidas pelas Ciências Sociais brasileiras que apontam para processos generalizados de “colonização†das organizações da sociedade civil pelo mercado ou da sua “hegemonização†por um projeto polÃtico neoliberal. Neste artigo parte-se da premissa de que a forma através da qual as organizações irão se relacionar com as oportunidades polÃticas, em determinada conjuntura, é algo a ser verificado por intermédio de investigações empÃricas e, portanto, não pode ser respondido através de inferências causais que respondem a priori sobre a intencionalidade dos agentes e sobre os resultados de suas ações.
Resumo Inglês:
The article discusses the different appropriations of a public policy - Programa Rede Parceria Social - through the civil organizations that act in the field of Social Assistance in Rio Grande Do Sul, by two case studies made in 2011 and 2012. Through a theoretical framework based on relational sociology and historical institutionalism, it is evaluated how the institutional trajectory of social actors, which led them to currently occupy certain (relational) positions in the field of Assistance, conditions their way to interpret and take appropriation of political opportunities as the one represented by the Programa Rede Parceria Social. In this sense, it is put under suspicion the thesis presented by Brazilian Social Sciences that lead to generalized processes of "colonization" of civil society by the market and or its "hegemonization" through a neoliberal political project. In this article, we start from the premise that the way through which the organizations will relate with political opportunities, in a certain scenario, is something to be verified by empirical investigations and, thus, cannot be answered through causal inferences that respond a priori about the intentions of the agents and the results of their actions.
Resumo Espanhol:
El artÃculo aborda las diferentes apropriaciones de una polÃtica pública – Programa Rede Parceria Social – por las organizaciones sociales que operan en el campo de la Asistencia Social en RÃo Grande do Sul, a través de dos estudios de caso en los años 2011 y 2012. Desde una perspectiva teórica de la sociologia relacional y el institucionalismo histórico, examina cómo la trayectoria institucional de los actores sociales, que los llevó a ocupar ciertas posiciones (relacionales) en el campo de la asistencia, ha condicionado la forma como tales organizaciones interpretan y se apropian de las oportunidades polÃticas como la representada por el Programa Rede Parceria Social. Por consiguiente, quedan bajo sospecha las tesis proferidas por las ciencias sociales brasileñas que apuntan a procesos generalizados de "colonización" de organizaciones de la sociedad civil por el mercado o de su “hegemonización†por um proyecto polÃtico neoliberal. En este artÃculo partimos de la premisa que el camino por el cual las organizaciones se relacionan con las oportunidades polÃticas, en particular, es algo a ser verificado a través de investigaciones empÃricas y, por lo tanto, no pueden ser contestadas a través de inferencias causales que responden a priori sobre la intencionalidad de los agentes y sobre los resultados de sus acciones.