As culturas infantis e os projetos de jogos e brincadeiras em espaços de Educação Infantil: um estudo de caso

Paidéia

Endereço:
Rua Cobre, 200 - Cruzeiro
Belo Horizonte / MG
30310-190
Site: http://www.fumec.br/revistas/paideia
Telefone: (31) 3228-3099
ISSN: 1676-9627 (impressa); 2316-9605 (on-line)
Editor Chefe: Profa. Maysa Gomes
Início Publicação: 01/01/2002
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Educação

As culturas infantis e os projetos de jogos e brincadeiras em espaços de Educação Infantil: um estudo de caso

Ano: 2012 | Volume: 9 | Número: 12
Autores: Rogério Correia da Silva
Autor Correspondente: Rogério Correia da Silva | [email protected]

Palavras-chave: brincar, educação infantil, culturas infantis

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Quais conceitos são considerados fundamentais na elaboração de projetos voltados para jogos e brincadeiras nas instituições de Educação Infantil? Em que medida, ao elaborarmos projetos de jogos e brincadeiras, levamos em conta aquilo que as crianças produzem e a forma como se apropriam daquilo que lhes apresentamos? Neste texto, articulamos o brincar a outros conceitos importantes de uma discussão mais ampla relacionada à formulação de um projeto educativo para a infância: o próprio conceito de infância, de criança e o de socialização. Esses conceitos trazem suas contribuições à medida que, aos explicitá-los em nossos projetos de intervenção, eles nos provocam com suas indagações, renovam nossos olhares sobre discussões já um tanto embotadas, ajuda-nos a pensar se nosso projeto de fato contribui para a melhoria da existência de nossas crianças. Pensando um pouco nesta capacidade de renovação que as teorias possibilitam à nossa prática destacamos um tema ainda pouco presente em projetos de intervenção sobre jogos e brincadeiras infantis: as brincadeiras produzidas pelos próprios grupos de crianças, as culturas infantis. Embora a brincadeira infantil seja um tema fundante das próprias instituições de Educação Infantil, sua concepção como fruto de uma cultura infantil é algo bem mais recente, especialmente quando pensamos sua presença no espaço escolar. As brincadeiras pensadas como parte da produção cultural dos grupos infantis redimensionam não somente aquilo que pensamos sobre o brincar, como também nossa visão sobre a presença das crianças nas instituições de Educação Infantil. Pesquisas recentes dão conta não apenas dessa discussão, mas articula-as à revisão do conceito de socialização colocando-nos diante de crianças consideradas seres plenos (e não mais adultos em miniatura), atores sociais ativos, capazes de criar um universo sociocultural próprio. A apresentação de um estudo de caso vem responder a essas indagações na forma da análise de um projeto de jogos e brincadeiras desenvolvido numa instituição de Educação Infantil.

Resumo Inglês:

Which concepts are considered key in the development of games and recreational activities in Early Childhood Education institutions? As we devise games and recreational activities, to what extent do we take into account what the children produce themselves and how they claim ownership of what we present to them? In this paper, we unify play with other important concepts in a broader discussion related to the formulation of an educational project for children: the very concept of childhood, the child, and socialization. These concepts make their contributions to the extent that, in terms of clarifying them in our intervention projects, they challenge us with their questions, renew our perspectives on discussions that have become somewhat blunted, and helps us to wonder if our project actually helps improve the lives of our children. Thinking a little more about this capacity for renewal that theories make possible in our profession, we highlight a topic not yet present in intervention projects on games and children’s play: The games produced by children’s groups themselves, the children’s cultures. Although children’s play is a foundational topic in early childhood education institutions themselves, its conception as a result of a children’s culture is something much more recent, especially when we think its presence in school. The games designed as part of the cultural production of playgroups redimension not only what we think about play, but also our view of the presence of children in Early Childhood Education institutions. Recent research not only treats this discussion but also articulates it to revise the concept of socialization, putting ourselves in front of children who are considered as complete beings (rather than miniature adults), active social actors, and capable of creating their own socio-cultural universe. This presentation of a case study attempts to answer these questions by reviewing the design of games and recreational activities developed at an Early Childhood Education institution.

Resumo Francês:

Quels sont les concepts considérés comme fondamentaux dans le développement de projets pour l’amusement et les jeux dans les institutions de l’éducation de la petite enfance? Dans quelle mesure, aux motifs élaborés de jeux et d’activités, de prendre en compte ce que produisent les enfants et comment ils s’approprient de ce qui nous les présentons? Dans ce texte, nous articulons « le joeur » à d’autres concepts importants d’une discussion plus large lié à la formulation d’un projet éducatif pour les enfants: le concept même de l’enfance, de l’enfant et de la socialisation. Ces concepts apportent leurs contributions, afin de clarifier dans nos projets d’intervention, ils nous provoquent avec leurs questions, ils renouvellent nos perspectives sur les discussions déjà un peu émoussées, ils nous aide à se demander si notre projet contribue effectivement à améliorer l’existence de nos enfants. En pensant un peu à ce titre sur cette capacité de renouvellement que les théories permettent à notre pratique, nous présentons un sujet qui n’est pas trop présent dans les projets d’intervention sur les jeux et les spaces des jeux pour les enfants: les jeux produits par les propres groupes d’enfants, les cultures de l’enfance. Bien que le jeu des enfants soit un thème fondateur des Institutions Primaires, sa conception comme création de la culture infantile est quelque chose de beaucoup plus récente, surtout quand on pense sa présence dans le space scolaire. Les jeux conçus dans le cadre de la production culturelle des groupes des enfants redimensionnent non seulement ce que nous pensons sur le joeur, mais aussi de notre point de vue de la présence d’enfants dans les établissements d’enseignement primaire. Des recherches récentes rendent compte non seulement sur ce débat, mais articule à réviser le concept de socialisation en nous mettant devant les enfants considérés comme des êtres complets (et non plus des adultes en miniature), des acteurs sociaux actifs, capables de créer un univers socioculturel propre. La présentation d’une étude de cas tente de répondre à ces questions dans la forme d’analyse d’un projet de jeux et des spaces des jeux développées dans un établissement d’enseignement primaire.