CULTURA VISUAL, GÊNERO E EMBALAGENS DE JOGOS DE CIÊNCIA: (COMO) MENINAS BRINCAM DE CIÊNCIA?

Série-Estudos

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ISSN: 2318-1982
Editor Chefe: José Licínio Backes
Início Publicação: 12/06/1994
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

CULTURA VISUAL, GÊNERO E EMBALAGENS DE JOGOS DE CIÊNCIA: (COMO) MENINAS BRINCAM DE CIÊNCIA?

Ano: 2021 | Volume: 26 | Número: 57
Autores: João Baliscei, Ana Carla Vagliati
Autor Correspondente: João Baliscei | [email protected]

Palavras-chave: educação; infância; visualidades.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As representações de adultos/as sobre o que é considerado feminino e masculino reforçam estereótipos de gênero e, com isso, brinquedos, jogos e demais artefatos da cultura visual tendem a caracterizar meninos e meninas de formas diferentes. Como as identidades de gênero de meninas e meninos são representadas nos jogos infantis de ciência? As meninas aparecem nas embalagens desses jogos? Quando aparecem, como são apresentadas? Para responder a essas questões, neste artigo, de cunho documental e analítico, temos como objetivo problematizar as representações de ciência e feminilidade nas embalagens de jogos infantis. Para tanto, investigamos 38 embalagens de jogos infantis de ciência comercializados em 2017. Durante a análise, dividimos esse montante de embalagens em cinco grupos, os quais foram investigados sob fundamentos dos Estudos de Gênero e Estudos da Cultura Visual. Avaliamos que as embalagens de jogos científicos analisadas sugerem um “não protagonismo” feminino nos jogos de ciências. Constatamos, nesses artefatos, a ausência de endereçadores visuais que convidem as meninas a brincarem/fazerem ciência − ao menos que as atividades envolvam os cuidados com o corpo, os afazeres domésticos e a atuação como auxiliares.



Resumo Inglês:

The representations of adults about what is considered feminine and masculine reinforce gender stereotypes and, therefore, toys, games, and other artifacts of visual culture tend to characterize boys and girls in different ways. How are the gender identities of girls and boys represented in children’s science games? Do the girls appear on the packaging of these games? When do they appear, how they are presented? To answer these questions, in this documentary and analytical article, we aim to problematize the representations of science and femininity in children’s games packaging. For this purpose, we investigated 38 packs of children’s science games sold in 2017. During the analysis, we divided this amount of packs into five groups, which were investigated based on Gender Studies and Visual Culture Studies. We evaluated that the packaging of scientific games analyzed suggests a female “non-protagonism” in science games. We found, in these artifacts, the absence of visual routers that invite girls to play/do science, unless the activities involve taking care of the body, doing housework, and acting as assistants.



Resumo Espanhol:

Las representaciones de los/as adultos/as sobre lo que se considera femenino y masculino refuerzan los estereotipos de género y, por lo tanto, los juguetes, juegos y otros artefactos de la cultura visual tienden a caracterizar a niños y niñas de diferentes maneras. ¿Cómo se representan las identidades de género de niñas y niños en los juegos de ciencia? ¿Aparecen las chicas en el embalaje de estos juegos? ¿Cuándo aparecen, cómo se presentan? Para responder a estas preguntas, en este artículo documental y analítico, pretendemos problematizar las representaciones de la ciencia y la feminidad en los envases de juegos infantiles. Para ello, investigamos 38 embalajes de juegos de ciencia para niños/as vendidos en 2017. Durante el análisis, dividimos esta cantidad de paquetes en cinco grupos, que fueron investigados sobre la base de Estudios de Género y Estudios de Cultura Visual. Evaluamos que el empaquetado de los juegos científicos analizados sugiere un “no protagonismo” femenino en los juegos de ciencia. Encontramos, en estos artefactos, cierta ausencia de direccionadores visuales que inviten a las niñas a jugaren/hicieren ciencia, a menos que las actividades impliquen el cuidado del cuerpo, las tareas del hogar y actuar como asistentes.