Crianças e adolescentes como sujeitos de conhecimento: uma crítica do saber para um saber democrático

Revista de Educação Popular

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ISSN: 1982-7660
Editor Chefe: Regina Nascimento Silva
Início Publicação: 01/10/2001
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Multidisciplinar

Crianças e adolescentes como sujeitos de conhecimento: uma crítica do saber para um saber democrático

Ano: 2022 | Volume: 21 | Número: 1
Autores: Hayda Josiane Alves
Autor Correspondente: Hayda Josiane Alves | [email protected]

Palavras-chave: Conhecimento, Criança, Adolescente, Comitês de Ética em Pesquisa

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O objetivo deste artigo é debater aspectos, relações e sentidos que limitam a participação de crianças e adolescentes na produção de saberes a partir da educação popular. Para tanto, somamo-nos à “crítica do saber” em torno da questionável neutralidade-objetividade das ciências, seus modos de legitimação e suas fronteiras para a participação infantojuvenil. Conceber as crianças e os adolescentes como seres de existência plena implica importantes desafios, visto que esses sujeitos tendem a ser negligenciados como seres de cultura, saber e educação, além de invisibilizados em escritos acadêmicos sobre suas famílias e suas comunidades. Além disso, nos processos de pesquisa, são subalternizados pela tutela do adulto como parte de uma regulamentação especial dos Comitês de Ética em Pesquisa voltada à proteção desse grupo, mas que acaba por silenciar suas vozes e comprometer sua autonomia. Torna-se fundamental aprofundar esse debate sob a perspectiva das epistemologias críticas e emergentes para além de um eixo ético-legal capaz de vislumbrar crianças e adolescentes como sujeitos plenos. Nesse caminho, as pedagogias freirianas possibilitam reflexões potentes ao reconhecer tais indivíduos como seres humanos em sua totalidade, capazes de criar e transformar saberes necessários à produção de conhecimento democrático.



Resumo Inglês:

The purpose of this article is to discuss aspects, relationships and meanings that limit the participation of children and adolescents in the production of knowledge based on popular education. To do so, we join the “critique of knowledge” around the questionable neutrality-objectivity of science, its modes of legitimation and its borders for children's participation. Conceiving children and adolescents as beings of full existence implies important challenges, since these subjects tend to be neglected as beings of culture, knowledge, and education, in addition to being invisible in academic works about their families and communities. In addition, in the research processes, they are subordinated by the guardianship of the adult as part of a special regulation of the Research Ethics Committees aimed at protecting this group, but which ends up silencing their voices and compromising their autonomy. It is essential to deepen this debate from the perspective of critical and emerging epistemologies beyond an ethical-legal axis capable of envisioning children and adolescents as full subjects. In this way, Paulo Freire's pedagogies enable powerful reflections by recognizing such individuals as human beings in their entirety, capable of creating and transforming knowledge necessary to produce democratic knowledge.