Corpos miméticos Uma interpretação do K-pop cover em São Paulo

Revista da Tulha

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ISSN: 2447-7117
Editor Chefe: Marcos Câmara de Castro; Eliel Almeida Soares
Início Publicação: 02/01/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Corpos miméticos Uma interpretação do K-pop cover em São Paulo

Ano: 2018 | Volume: 4 | Número: 2
Autores: Thiago Haruo Santos
Autor Correspondente: Thiago Haruo Santos | [email protected]

Palavras-chave: cover, K-pop, mimesis, copia, dança

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Apresento neste artigo uma interpretação da prática do cover do pop sul coreano (K-pop) para delinear possíveis consequências para a teoria da mimesis, quando discutida junto às práticas musicais mediadas por dispositivos eletrônicos como celulares, tablets e computadores, que cumprem a função de máquinas miméticas. A partir de um estudo etnográfico realizado entre 2013 e 2015 junto aos praticantes do cover de K-pop em São Paulo, busco mostrar como os fãs desse gênero musical compreendem a reprodução feita por eles mesmos das performances dos artistas sul coreanos em palcos paulistanos. A prática do cover de K-pop, nesse sentido, mais do que uma imitação, surge como uma ação que assumindo o lugar do artista sul coreano, (re)produz nos palcos paulistanos os efeitos de performance presentes nos videoclipes. Se as máquinas miméticas colocam o fã em contato com o ídolo sul coreano, o cover tenta “passar um pouco do que o idol passa” quando assume o lugar de performer nos palcos paulistanos, tornando-se um corpo mimético em performance. O argumento aqui é de que ao se tornar um corpo mimético, os covers de K-pop entreveem o ponto de vista do próprio artefato artístico na relação com seu público.



Resumo Inglês:

This article presents an interpretation of K-pop cover practice in São Paulo city to derivate some consequences for the theory of mimesis. It shows how musical practices mediated by electronic devices as cellphones, tables or computers challenges this theory. These devices are considered here mimetic machines. From an ethnographic research made between 2014 and 2015, it shows the conceptualization of cover practice by K-pop fans. Instead of a simple imitation of K-pop idols, the cover practice emerges as a (re)production of performing effects that is actualized in music videos. Considering electronic devices as mimetic machines that put fans in contact with the South Korean pop idols, this article shows cover performers in São Paulo “giving to fans something that idols give to us”. In this sense, cover perfomer become a mimetic body, taking the point of view of art object in the art-public relation.