A transição para o que se compreende historicamente como modernidade é um processo ideologicamente assíncrono, enquanto é permeada pelo tensionamento entre valores medievais e burgueses até ao menos o início do século XIX. A consolidação de uma mentalidade e modo de vida burgueses se constrói entre os séculos XIV e XIX, através das permanências e rupturas inerentes ao processo histórico e, sobretudo, por meiodo pensamento filosófico que se entrelaça às revoluções relativas a esse contexto. Nesse sentido, a preocupação com a formação de um indivíduo alinhado aos valores burgueses transparece na obra de diversos teóricos, contrapondo-se particularmente à tradição religiosa católica. A educação, para esses pensadores, incorpora cada vez mais a ética do trabalho e as demandas de uma sociedade em transformação. Assim, este artigo investiga o pensamento dos teóricos precursores de um modelo pedagógico burguês, compreendendo suas ideias à luz da conjuntura em que estavam inseridos.