Este ensaio analisa o panorama e o desenvolvimento das lutas sociais durante a pandemia da Sars-Cov-2, com atenção aos seus desdobramentos entre março e julho de 2020. Recorrendo a uma metodologia teórico-empírica, e combinando a análise teórica à de conjuntura, o ensaio examina quatorze textos de intervenção escritos pelo filósofo italiano Giorgio Agamben no contexto pandêmico. Esses textos manifestam grandes preocupações com o futuro da atividade política, em função da adoção de políticas de lockdown e de distanciamento social. Tornada um problema de pesquisa, analisamos criticamente e ressignificamos essa preocupação de um ponto de vista materialista e pós-estrutural, recorrendo às obras de Deleuze e Guattari, Pasquinelli, Quintarelli, Tiqqun e Judith Butler, entre outros pensadores contemporâneos. Analisando conjunturalmente os movimentos Black Lives Matter, Stay at Home e o Breque dos Apps, o ensaio conclui que o campo social pandêmico constitui um solo fértil ao florescimento de novas lutas, estratégias, e relações de composição política entres os corpos, ainda que secundado de perigos.
This essay analyzes the panorama and development of social struggles during the SARS-CoV-2 pandemic, focusing on its developments between March and July 2020. Using a theoretical-empirical methodology and combining theoretical and conjunctural analysis, the essay examines fourteen intervention texts written by the Italian philosopher Giorgio Agamben during the pandemic. These texts express significant concerns about the future of political activity, given the adoption of lockdown and social distancing policies. Having become a research problem, we critically analyze and reframe this concern from a materialist and poststructural perspective, drawing on the works of Deleuze and Guattari, Pasquinelli, Quintarelli, Tiqqun, and Judith Butler, among other contemporary thinkers. Analyzing the Black Lives Matter , Stay at Home, and App Break movements , the essay concludes that the pandemic social field constitutes fertile ground for the flourishing of new struggles, strategies, and relations of political composition between bodies, even if fraught with dangers.