A comunicação de notícias difíceis no ambiente hospitalar representa um dos maiores desafios da prática em saúde, exigindo não apenas a transmissão de informações, mas também sensibilidade, empatia e preparo técnico e emocional por parte dos profissionais. Estudos apontam que a forma como essas informações são comunicadas pode influenciar diretamente o enfrentamento do paciente e sua família, afetando a relação terapêutica, a adesão ao tratamento e a saúde mental dos envolvidos. A pesquisa, de caráter qualitativo, baseou-se em revisão bibliográfica de 12 artigos selecionados, que permitiram identificar cinco categorias principais: estratégias comunicacionais, barreiras ao processo, aspectos emocionais, influência cultural e impactos no paciente e família. Entre as estratégias mais citadas está o protocolo SPIKES, que estrutura a comunicação em seis etapas. No entanto, os autores alertam que o uso rígido de protocolos pode tornar o processo desumanizado se não for adaptado ao contexto individual. As principais barreiras identificadas incluem a ausência de formação acadêmica específica, insegurança dos profissionais, falta de protocolos institucionais, e dificuldades emocionais relacionadas ao ato de comunicar. Além disso, a inteligência emocional surge como um diferencial na condução de situações delicadas, sendo apontada como uma competência essencial na formação dos profissionais da saúde. O estudo conclui que comunicar notícias difíceis é um processo complexo e contínuo, que requer preparo técnico, suporte institucional e reconhecimento da comunicação como parte integrante do cuidado. Investir em capacitação, políticas de apoio e no fortalecimento das habilidades socioemocionais é fundamental para qualificar a prática assistencial e promover uma abordagem mais ética e humanizada nos serviços de saúde.