CLINICAL, EPIDEMIOLOGICAL AND LABORATORY ASPECTS OF OBESITY IN DOGS AND ITS CORRELATION WITH SYSTEMIC DISEASES

Ano: 2022 | Volume: 5 | Número: 3

Autores: Darla Barboza da Silva, Martin Lindsey Christoffersen, Almir Pereira de Souza

Palavras-chave: Fat, Diet, Disease, Canine, Risk factors

Resumo Português:

Objetivou-se com este estudo identificar os aspectos clínicos, epidemiológicos e laboratoriais de cães com obesidade e sua possível correlação com outras enfermidades. Para tanto, foram estudados 30 animais, distribuídos no Grupo Obeso com 15 animais obesos e no Grupo Controle com 15 não obesos. O Grupo Obeso apresentava 11 fêmeas (sete castradas e 4 inteiras) e quatro machos (castrados) e o Grupo Controle, 10 fêmeas (cinco castradas e cinco não castradas) e cinco machos (castrados). Foram coletados 13 dados sobre informações gerais, manejo alimentar e físico, histórico farmacológico e familiar, e como o tutor vê o corpo do seu animal. Foram coletadas amostras de sangue venoso de ambos os grupos, para realização de hemograma e dosagens bioquímicas (Alanina aminotransferase, Fosfatase alcalina, Albumina, Proteínas totais, Uréia, Creatinina). Foi calculado o percentual de gordura corporal; a avaliação eletrocardiográfica e mensuração das pressões arteriais sistólica, média e diastólica, e da frequência cardíaca. Os dados numéricos foram submetidos à Análise de Variância (ANOVA), seguida do Teste de Tukey (p<0,05), enquanto os fatores de risco foram analisados de forma descritiva. Em ambos os grupos se destacou a categoria de cães sem raça definida, sendo nove (60%) no Grupo Controle e sete (46,66%) no Grupo Obeso. Sobre o fornecimento da alimentação dos animais do Grupo Controle, 12 (80%) se alimentavam à vontade e três (20%) uma vez ao dia; o fornecimento de ração, ração com comida caseira, e apenas comida caseira foi, respectivamente, 10 (66,6%), quatro (26,6%) e um (6,8%).  Praticavam atividade física com frequência 11 (73,3%) animais, e quatro (26,7%), esporadicamente. Ficavam no quintal 12 (80%) animais, e três (20%) viviam em apartamento. Não houve dados relevantes sobre histórico farmacológico ou familiar; de acordo com os tutores, os animais estavam com o peso ideal. Do Grupo Obeso, oito (53,3%) alimentavam-se à vontade, cinco (33,3%) com moderação, e dois (13,3%) uma vez ao dia, enquanto que nove (60%) recebiam ração e comida caseira, cinco (33,3%) apenas ração e um (6,7%) sachês de petiscos e frutas. No Grupo Obeso, não praticavam atividade física nove animais (60%), três (20%) faziam com frequência e três (20%) faziam passeios esporádicos. Houve cinco pacientes (33,3%) com histórico de uso de corticosteroides e sete (46,7%) possuíam histórico familiar de obesidade. Sobre o animal estar magro, no peso ideal, acima do peso e obeso, os valores foram respectivamente dois (13,3%), quatro (26,7%), oito (53,3%) e um (6,7%). O percentual de gordura dos animais do Grupo Controle para os machos foi de 18,7 ± 2,2 e para fêmeas 22 ± 3, a circunferência abdominal média do Grupo Controle foi de 63 ± 20 cm. Nos animais do Grupo Obeso os valores foram 40,4 ± 5 cm para machos e 45 ± 4,7 cm para fêmeas, e circunferência abdominal de 65 ± 16,8 cm. O hemograma não teve alterações significantes e a Alanina Aminotransferase e Fosfatase Alcalina estavam elevadas no Grupo Obeso. No Eletrocardiograma não foram observadas alterações relevantes. Ambos os grupos apresentaram discreto aumento da PAS (Grupo Controle = 141 ± 27,72 mmHg; Grupo Obeso = 142 ± 17,23 mmHg), e nos animais obesos houve também elevação da PAD (84 ± 22 mmHg). No Grupo Controle, a maioria (46,7%) foi levada ao veterinário para exames de rotina, onde predominou-se que estavam livres de doença (40%). No Grupo Obeso, a queixa mais frequente foi tosse (26,7%), e o diagnóstico predominante foi de hemoparasitose (13,33%). A obesidade é uma doença crônica que pode causar doenças sistêmicas, podendo-se destacar como principal fator de risco o manejo alimentar incorreto e sedentarismo. O manejo preventivo desses dois fatores é importante para evitar a ocorrência do problema.

Resumo Inglês:

The aim of this study was to identify the clinical, epidemiologic and laboratorial aspects of dogs with obesity and its possible correlation with other diseases. A total of 30 dogs were studied. Of these, 15 were obese and 15 were not. On the Control Group, there was a total of 10 females (5 neutered and 5 whole) and 5 males (all 5 neutered). On the Obese Group, 11 females (7 neutered and 4 whole) and 4 males (all 4 neutered). The tutors received a form with 12 questions about food management and physical activity, as well as pharmacological and family history. In addition, venous blood samples were collected in animals from both the Control Group and the Obese Group for a Complete Blood Count and dosage of biochemical levels (Alanine Aminotransferase, Alkaline Phosphatase, Albumin, Total Proteins, Urea, Creatinine). Measurements from the abdominal perimeter were taken and using the data the body fat percentage was calculated; an Electrocardiographic evaluation (ECG) was also made, along with the measurement of the systolic, diastolic and medium blood pressure (SBP, DBP and MAP, respectively) and heart rate (HR). The numeric data was submitted under the Analysis of Variance (ANOVA), followed by the Tukey’s Test (p<0,05), while the data regarding risk factors was analyzed on a descriptive manner. In both groups, mixed-breed dogs had a significant predominance, about 9 (60%) on the CG and 7 (46,66%) in the Obese Group. Concerning food management, 12 (80%) of the subjects of the Control Group were fed at will and 3 (20%) once a day; the numbers on the use of only pet food, pet food coupled with homemade food, and only homemade food were, respectively, 10 (66,6%), 4 (26,6%) and 1 (6,8%). Also, 11 (73,3%) had frequent physical activities, while the other 4 (26,7%) only occasionally. Additionally, 12 (80%) stayed at the backyard, while 3 (20%) lived in an apartment. There was not any relevant data relating to pharmacological and family history and, according to tutors’ opinions, their dogs were within the ideal weight. On the Obese Group, 8 (53,5%) were fed at will, 5 (33,3%) were fed on a strict and controlled manner, and 2 (13,3%) one time a day, while 9 (60%) of them were given both pet food and homemade food, 5 (33,3%) received only pet food and 1 (6,7%) received pet food sachets and fruit. In this group, 9 (60%) were out, 15 did not practice any type of physical activity, while 3 (20%) practiced frequently and the other 3 (20%) walked occasionally. There were 5 patients (33,3%) with a history of corticosteroid use, and 7 (46,7%) had a family history of obesity. Regarding tutors’ opinions on their pet’s weight, on whether they thought their pet was too thin, on ideal weight, overweight or obese, the data showed, respectively, 2 (13,3%), 4 (26,7%), 8 (53,3%) and 1 (6,7%). The percentage of fat on the Control Group for males and females was, respectively, 18,7 ± 2,2; 22 ± 3, while the abdominal circumference was of 63 ± 20 cm. On subjects from the Obese Group, the values were 40,4 ± 5; 45 ± 4,7 and 65 ± 16,8 cm, respectively. On laboratory exams, the Complete Blood Control did not show any inconsistencies with the normal range and the ALB and FAL were elevated on the Obese Group. The ECG did not show any notable changes. Both groups showed a slight increase in PAS (Control Group = 141 ± 27,72 mmHg; Obese Group = 142 ± 17,23 mmHg), and on the obese animals a raise in PAD (84 ± 22 mmHg) was also recorded. Obesity is a chronical disease that brings a series of bad consequences to the animal well-being, especially the appearance of systemic diseases; the main risk factor for its appearance is incorrect food management and low or nonphysical activity. The main way to prevent the disease is by the correct management of both factors.