Cartilhas de alfabetização: a redescoberta do Código Alfabético

Ensaio

Endereço:
Rua Santa Alexandrina, 1011 - 3º and. - Rio Comprido
Rio de Janeiro / RJ
20261235
Site: https://revistas.cesgranrio.org.br/index.php/ensaio
Telefone: (21) 2103-9617
ISSN: 0104-4036
Editor Chefe: Fátima Cunha
Início Publicação: 01/10/1993
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciência da computação, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Psicologia, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Administração, Área de Estudo: Serviço social, Área de Estudo: Engenharias

Cartilhas de alfabetização: a redescoberta do Código Alfabético

Ano: 2010 | Volume: 18 | Número: 69
Autores: João Batista Araujo e Oliveira
Autor Correspondente: João Batista Araujo e Oliveira | [email protected]

Palavras-chave: alfabetização, cartilhas, ciência cognitiva da leitura, decodificação, fluência de leitura

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo analisa as 19 cartilhas de alfabetização aprovadas pelo Ministério da Educação (MEC) para uso nas escolas públicas a partir de 2010. A análise tem por objetivo verificar em que medida foram cumpridos dois dos aspectos centrais do processo de alfabetização estabelecidos pelo Edital: o tratamento das relações fonema/grafema e o desenvolvimento da fluência de leitura. O artigo contrasta as bases conceituais usadas nas orientações gerais do MEC e nas bibliografias citadas pelos autores com o paradigma da Ciência Cognitiva da Leitura. A análise das atividades propostas nas cartilhas demonstra que menos de 1% das cartilhas ensina a decodificar e nenhuma delas promove a fluência de leitura. O artigo discute as razões pelas quais nem os autores seguiram as recomendações do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) nem as autoridades do MEC abriram mão do requisito pelo qual a não observância do Edital, segundo qualquer um dos critérios, resulta em exclusão. E sugere que as concepções de alfabetização subjacentes às propostas analisadas, contrastadas com o paradigma da ciência cognitiva da alfabetização, podem explicar o entendimento dos autores, mas não explicam o descumprimento ostensivo das recomendações do Edital.



Resumo Inglês:

Primers: the rediscovery of the Alphabetic Code

This paper analyzes the 19 primers approved by MEC/PNLD for use in public schools from 2010 onwards. The purpose of the paper is to assess the extent to which the authors of the primers complied with two requirements established in the Terms of Reference concerning the central aspects of learning to read: decoding and reading fluency. The paper compares the conceptual basis proposed by MEC and the references used by the authors with the paradigm of the Cognitive Science of Reading. The analysis of the primers reveals that less than 1% of the activities are related to decoding and there are no activities to promote reading fluency. The paper suggests a hypothesis to explain why the authors did not comply with the requirements and why the MEC authorities did not enforce these requirements. The paper also suggests that the underlying ideas of teaching and reading in the books approved by MEC, when compared with the paradigm of the Cognitive Science of Reading may explain the author's interpretation of the Terms of Reference but does not explain the explicit violation of its requirements.

Keywords: Literacy. Primers. Cognitive science of reading. Decoding. Reading fluency.



Resumo Espanhol:

Cartillas de alfabetización: el redescubrimiento del Código Alfabético

El presente artículo analiza las 19 cartillas de alfabetización aprobadas por el MEC/PNLD (Ministerio de Educación de Brasil /Programa Nacional del Libro Didáctico) para uso en las escuelas públicas a partir de 2010. El análisis tiene como objetivo verificar en qué medida dos de los aspectos centrales del proceso de alfabetización establecidos por el Edicto de Licitación se cumplieron: el tratamiento de las relaciones fonema/grafema y el desarrollo de la fluidez de la lectura. El artículo coteja las bases conceptuales usadas en las orientaciones generales del MEC y en las bibliografías citadas por los autores con el paradigma de la Ciencia Cognitiva de la Lectura. El análisis de las actividades propuestas en las cartillas demuestra que menos del 1% de las cartillas enseña a decodificar y ninguna de ellas promueve la fluidez de la lectura. El artículo discute las razones por las cuales ni los autores siguieron las recomendaciones del PNLD (Programa Nacional del Libro Didáctico) ni las autoridades del MEC desistieron del requisito por el cual la no observancia del Edicto según cualquier criterio resulta en exclusión. También sugiere que las concepciones de alfabetización subyacentes a las propuestas analizadas, cotejadas con el paradigma de la ciencia cognitiva de la alfabetización, pueden explicar la comprensión de los autores, pero no explican el no cumplimiento ostensivo de las recomendaciones del Edicto.

Palabras clave: Alfabetización. Cartillas. Ciencia cognitiva de la lectura. Decodificación. Fluidez de lectura.