Carolina vai às escolas: produzindo currículo antirracista no interior da Bahia

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ISSN: 2318-1982
Editor Chefe: José Licínio Backes
Início Publicação: 12/06/1994
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Ciências Humanas

Carolina vai às escolas: produzindo currículo antirracista no interior da Bahia

Ano: 2024 | Volume: 29 | Número: 65
Autores: C. L. S. Santos, N. R. Moreira, T. Gomes
Autor Correspondente: C. L. S. Santos | [email protected]

Palavras-chave: Carolina Maria de Jesus, currículo, epistemologias feministas negras

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo objetiva apresentar uma análise de atividades produzidas por um grupo de pesquisa formado por professoras/es pesquisadoras/es, estudantes licenciados e bacharéis, em sua maioria mulheres negras imbuídas/os na des/re/construção dos currículos eurocentrados. Trata-se de ações construídas mediante teares de teorias e práticas curriculares insurgentes e decoloniais, irrigadas pelas epistemologias feministas negras. O campo empírico foi produzido por meio de rodas de conversa em escolas estaduais de ensino médio, situadas em três municípios baianos, que tiveram como disparador o Projeto Carolina Vai às Escolas. O Projeto visou a apresentar os dilemas da realidade brasileira perante duas obras de Carolina Maria de Jesus: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada (2019) e Diário de Bitita (2014). As cartas produzidas pelas/pelos estudantes das turmas que tiveram envolvidas/os no projeto trazem a complexidades dos dilemas postos por Carolina, que, assim como a autora, têm suas vidas atravessadas pelo racismo, machismo e dificuldades financeiras. Com Carolina, elas/eles são afetados com a força vital que a movimentou em direção ao seu sonho de escrever, mensagem que reverberou nos estudantes a possibilidade de imaginar a melhoria das suas vidas por meio da educação.



Resumo Inglês:

This article aims to present an analysis of activities produced by a research group made up of professors/researchers, undergraduate and bachelor’s students, mostly black women involved in the de/re/construction of Eurocentric curricula. Those are actions constructed through the creation of theories and insurgent and decolonial curricular practices, maintained by black feminist epistemologies. The empirical field was produced from conversations in state high schools located in three municipalities in Bahia, which were triggered by the Carolina goes to schools’ project. The Project aimed to present dilemmas of Brazilian reality based on two works by Carolina Maria de Jesus: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada (2019) and Diário de Bitita (2014). The letters produced by students from the classes involved in the project reveal the complexities of dilemmas posed by Carolina, who, like the author, has had her life permeated by racism, sexism, and financial difficulties. With Carolina, they are affected by the vital force that moved her towards her dream of writing, a message that resonated with students the possibility of imagining the improvement of their lives through education.



Resumo Espanhol:

Este artículo objetiva presentar un análisis de las actividades producidas por un grupo de investigación constituido de profesoras(es) investigadoras(es), estudiantes de licenciatura y de grado, en su mayoría mujeres negras que persiguen la des/re/construcción de los currículos eurocentrados. Son acciones elaboradas a través de tejidos teóricos y de prácticas curriculares insurgentes y decoloniales, irrigadas por las epistemologías feministas negras. El campo empírico se produjo a partir de rondas de charla en las escuelas estaduales de Enseñanza Media ubicadas en tres municipios de Bahia cuyo motivador fue el Proyecto Carolina Va a las Escuelas. Este proyecto buscó mostrarnos los dilemas de la realidad brasileña basándose en dos obras de Carolina Maria de Jesus: Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada (2019) y Diario de Bitita (2014). Las cartas escritas por las/los estudiantes de los grupos involucrados en el proyecto destacan la complejidad de los dilemas mencionados por Carolina; como a la autora, también les atraviesan el racismo, el machismo y las dificultades financieras. Con Carolina les afecta la fuerza vital que la llevó hacia su sueño de escribir, mensaje que se ha plasmado en los estudiantes, o sea, la posibilidad de imaginar la mejora de sus vidas por medio de la educación.