CARACTERIZAÇÃO DO CULTIVO E CONSERVAÇÃO DA AGROBIODIVERSIDADE EM LOTES URBANOS VAGOS EM DUAS PEQUENAS CIDADES NO ESTADO DE SÃO PAULO

Ethnoscientia

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ISSN: 2448-1998
Editor Chefe: Gustavo Goulart Moreira Moura
Início Publicação: 04/03/2016
Periodicidade: Bimestral
Área de Estudo: Agronomia, Área de Estudo: Biologia geral, Área de Estudo: Botânica, Área de Estudo: Ecologia, Área de Estudo: Recursos Pesqueiros e Engenharia da Pesca, Área de Estudo: Recursos pesqueiros e engenharia de pesca, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Educação, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

CARACTERIZAÇÃO DO CULTIVO E CONSERVAÇÃO DA AGROBIODIVERSIDADE EM LOTES URBANOS VAGOS EM DUAS PEQUENAS CIDADES NO ESTADO DE SÃO PAULO

Ano: 2017 | Volume: 2 | Número: 1
Autores: Vanessa Aparecida Camargo, Tainara de Proença Nunes, Maria Christina de Mello Amorozo, Marcos Aparecido Pizano
Autor Correspondente: Vanessa Aparecida Camargo | [email protected]

Palavras-chave: agricultura de pequena escala, etnovariedades, etnobotânica urbana, raízes e tubérculos, polo agroindustrial.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A agricultura urbana e periurbana (AUP) é um fenômeno mundial crescente e traz uma gama de benefícios, como a busca da segurança alimentar e nutricional, geração de renda e a possibilidade de conservação de agrobiodiversidade on farm. No Brasil, cidades de pequeno porte e zonas periféricas de metrópoles ainda apresentam características rurais, como espaços intersticiais desocupados, possibilitando a ex-moradores das zonas rurais a manutenção do hábito de plantar. O objetivo deste estudo foi descrever a agricultura urbana praticada nos lotes vagos em duas cidades do interior do estado de São Paulo, Charqueada (CH) e Santa Gertrudes (SG), abordando os seguintes aspectos: caracterização socioeconômica dos entrevistados; caracterização dos lotes quanto a posse, tempo de cultivo e manejo agrícola; e registro das plantas e variedades cultivadas, com ênfase nas raízes e tubérculos, com vistas a avaliar o potencial para a conservação de agrobiodiversidade on farm nesses espaços. Todos os lotes cultivados na malha urbana foram georreferenciados, para o estabelecimento de uma amostra geral (77 em CH e 43 em SG) para a caracterização da população quanto a aspectos socioeconômicos e relativos à agricultura praticada. Posteriormente, selecionou-se uma subamostra (30 em CH e 20 em SG), para inventário das plantas cultivadas. Os levantamentos foram realizados por meio de entrevistas estruturadas e semi-estruturadas, utilizando-se a turnê guiada nos lotes para o levantamento das plantas. Os agricultores são na grande maioria homens acima de 50 anos de idade, de baixa renda e baixa escolaridade; não há participação efetiva dos jovens. Há uma presença importante de migrantes de outros estados, nordestinos em CH e mineiros em SG. Levantaram-se 102 etnoespécies de plantas cultivadas, principalmente alimentares, sendo as mais frequentes (>40% dos lotes em ambas as cidades) mandioca, mamão e quiabo. Vários cultivos apresentaram etnovariedades, mas o conhecimento dos agricultores sobre as mesmas não é muito aprofundado. A agrobiodiversidade levantada atesta o potencial da agricultura urbana para conservação on farm, porém o desinteresse dos mais jovens e as pressões de ocupação imobiliária do solo urbano podem dificultar sua continuidade. Há necessidade de políticas públicas que ordenem a atividade e garantam um mínimo de estabilidade, bem como da conscientização da população em geral sobre o papel e a importância da conservação da diversidade agrícola.