O presente ensaio trabalha especificamente com a obra de um autor da filosofia e da
literatura francesa pós-estruturalista, Maurice Blanchot. O artigo visa a produzir uma
confabulação blanchotiana com a questão fascinante da fala, da literatura e dos sentidos do
próprio autor, confessando um desespero e uma contaminação ardente e inevitável.
Aproximando-o dos paradoxos do espaço literário, queremos demonstrar metodologicamente
o hermetismo do autor e o modo com o qual ele sempre colocou a filosofia contra a própria
filosofia. Até que ponto Blanchot veste uma infantilidade kafkiana em seu aberto
compromisso com a escritura? Ler Blanchot só pode-se fazer ao gesto de um ferimento com
fogo, a perda de memória que se sente ante a ameaça de um revolver carregado.
This essay deals specifically with Maurice Blanchot´s philosophic and literary work. It
aims to raise such a blachotianian confabulation into its fascinant question of word, literature
and their meanings for Blanchot himself, avowing some flaming and unavoidable despair and
contamination. At approaching Blanchot from these literary space paradoxes, we want to
demonstrate methodologically the author´s and the way by which he always has put
philosophy against itself. We ask: At what point does Blanchot wears a kafkian infantility in his open commitment towards writing? So reading Blanchot is only possible with a sign like a
fire-hurting, the loss of memory that one can feel under a gun pointed to his head.