Avaliação fármaco-toxicológica do emprego de N-acetilcisteína no manejo da COVID-19

REVISTA BRASILEIRA DE ANÁLISES CLÍNICAS

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ISSN: 24483877
Editor Chefe: Paulo Murillo Neufeld
Início Publicação: 30/06/2016
Periodicidade: Trimestral
Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Bioquímica, Área de Estudo: Farmacologia, Área de Estudo: Imunologia, Área de Estudo: Microbiologia, Área de Estudo: Parasitologia, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Farmácia, Área de Estudo: Saúde coletiva, Área de Estudo: Multidisciplinar

Avaliação fármaco-toxicológica do emprego de N-acetilcisteína no manejo da COVID-19

Ano: 2021 | Volume: 53 | Número: 2
Autores: Matheus Grilo de Oliveira Carvalho, Virgínia Martins Carvalho
Autor Correspondente: Virgínia Martins Carvalho | [email protected]

Palavras-chave: COVID-19, estresse oxidativo, antioxidantes, N-acetilcisteína

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Introdução: Diversos alvos farmacológicos têm sido estudados com o objetivo de minimizar as consequências da infecção causada pelo vírus da COVID-19. A hiperinflamação pulmonar foi associada ao estresse oxidativo embasando a administração de antioxidantes, especialmente N-acetilcisteína, que vem sendo proposta como terapia de suporte e investigada em estudos clínicos. Objetivo: Realizar uma análise crítica do uso da N-acetilcísteina em pacientes com COVID-19 com base em suas propriedades fármaco-toxicológicas. Material e métodos: Análise crítica a partir de revisão bibliográfica de artigos originais e de revisão de dados epidemiológico, clínicos e estudos de caso. Os dados farmacológicose toxicológicos foram comparados para avaliar potenciais riscos e benefícios da adoção desta terapia. Resultado: A fisiopatologia da COVID-19 está associada à hiperinflamação causada pela liberação de citocinas e quimiocinas, denominada tempestade de citocinas que agrava a infecção respiratória, podendo levar ao quadro de Síndrome de Angústia Respiratória Aguda (SARA). Esse conjunto de fatores pode ser responsável pelo aumento do estresse oxidativo que está relacionado com a gravidade da infecção. A N-acetilcisteína parece atenuar o quadro inflamatório pela atividade antioxidante e anti-inflamatória e apresenta baixa toxicidade, sendo bem tolerada em doses de até 500 mg/kg. Conclusão: A N-acetilcisteína possui potencial no tratamento de pacientes com COVID-19 em estágios iniciais da doença para diminuir o estresse oxidativo.



Resumo Inglês:

Introduction: Focusing the efforts to minimizing the injury caused by COVID-19 virus, many pharmacological targets have been studied. The lung hyper inflammation was referred as a consequence of the oxidative stress and supports the antioxidant therapy, especially the N-acetylcysteine administration that has been proposed in some clinical studies. Aims: In order to make a critical analysis of COVID-19 clinical management with N-acetylcysteine, the physiopathology of the infection was compared with the pharmacological and toxicological properties of the N-acetylcsteine. Methodology: A literature review was made and the peer-reviewed articles, epidemiologic data, clinical studies and case reports were consulted. The pharmacological and toxicological data were compared to evaluate the potential risks and benefits of the N-acetylcysteine therapy. Results: The COVID-19 physiopathology is based on the hyper inflammation that is a consequence of the cytokines storm (release of a large amount of pro-inflammatory cytokines and chemokines). The hyper inflammation can result in the Severe Acute Respiratory Syndrome (SARS). The cytokines storm was associated with the oxidative stress and the severity of the infection. N-acetylcysteine seems to improve the inflammation by its antioxidant and anti inflammatory properties. Furthermore, N-acetylcysteine shows high tolerability hate in doses until 500 mg/kg. Conclusion: N-acetylcysteine shows high therapeutic potential to decrease the oxidative stress in early stages of the infection in COVID-19 patients.