Ativismo feminista e punitivismo: problematizando os linchamentos virtuais

Revista Brasileira de Ciências Criminais

Endereço:
Rua Onze de Agosto, 52 - 2º Andar - Centro - Centro
São Paulo / SP
01018-010
Site: http://www.ibccrim.org.br/
Telefone: (11) 3111-1040
ISSN: 14155400
Editor Chefe: Dr. André Nicolitt
Início Publicação: 30/11/1992
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Direito, Área de Estudo: Multidisciplinar, Área de Estudo: Multidisciplinar

Ativismo feminista e punitivismo: problematizando os linchamentos virtuais

Ano: 2018 | Volume: 146 | Número: Especial
Autores: Mariana Barrêto Nóbrega de Lucena
Autor Correspondente: Mariana Barrêto Nóbrega de Lucena | [email protected]

Palavras-chave: Criminologia – Feminismo – Feminismo radical – Linchamento virtual – Punitivismo

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O apelo à punição dos agressores de mulheres pelo direito penal, método que marcou o feminismo dos anos 1970 e que ainda permanece como estratégia política de combate à violência de gênero, levou alguns grupos do movimento feminista a serem classificados como “esquerda punitiva”, assim como outros novos movimentos sociais que centravam o seu ativismo político na luta por ampliação da criminalização de condutas nocivas a determinados grupos sociais. Atualmente, a difundida descrença no Estado como garantidor dos direitos das minorias, ao invés de ter fomentado práticas alternativas e libertárias de resolução de conflitos, vem dando espaço para práticas punitivistas cada vez mais implacáveis, que desaguam em linchamento, sobretudo no espaço virtual. Numa perspectiva crítica ao uso da punição como instrumento central de luta política, este artigo pretende problematizar o uso do linchamento virtual pelo ativismo feminista, em especial, pelos grupos que utilizam os conceitos e jargões do chamado feminismo radical como base ideológica para justificar essa prática.



Resumo Inglês:

Calls for punishment under criminal law of women’s aggressors, a method which marked feminism in the 1970s still remains a political strategy to combat gender violence, has led some feminist groups to be classified as the “punitive left” which like other new social movements has focused its political activism towards fighting for extension of criminalization of harmful conduct towards specific social groups. Today, widespread distrust of the state as the guarantor of minority rights, has given way to increasingly relentless punitive practices that spill forth as virtual space lynching, this, instead of fomenting alternative, or libertarian conflict resolution practices. From a perspective, at once critical to the use of punishment as a principal instrument in political struggle, this article problematizes feminist activism’s use of virtual lynching, especially such groups using the concepts and jargon of “radical feminism” as their ideological basis to justify this practice.