O artigo examina os desafios e estratégias para uma inclusão efetiva de alunos surdos na educação brasileira, com foco no modelo bilíngue (Libras como primeira língua e Português escrito como segunda). Embora a Lei nº 10.436/2002 reconheça a Libras e o Decreto nº 5.626/2005 regulamente a educação bilíngue, a implementação enfrenta obstáculos como a escassez de intérpretes qualificados, a predominância do oralismo e a formação insuficiente de professores. Dados do INEP (2023) revelam que apenas 37% das escolas públicas têm intérpretes de Libras, com disparidades regionais significativas. Pesquisas demonstram que a exposição precoce à Libras melhora o desempenho acadêmico, mas muitas escolas ainda resistem a abandonar práticas oralistas. O texto destaca a necessidade de adaptações curriculares, como metodologias visuais, materiais didáticos acessíveis e avaliações diversificadas, além de reforçar a formação docente e políticas públicas eficazes. Experiências bem-sucedidas, como as escolas-polo bilíngues, mostram resultados positivos, incluindo maior rendimento escolar e redução da evasão. Conclui-se que a inclusão requer ações integradas, desde a base legal até práticas pedagógicas inovadoras, com monitoramento constante para garantir equidade.