Regiões semiáridas são particularmente sensÃveis à variabilidade pluviométrica com respostas imediatas da superfÃcie ao aumento ou redução no teor de umidade do solo e processos de evapotranspiração. Mudanças no padrão espacial e temporal das chuvas representam um fator determinante nas trocas de calor, vapor d’água e CO2 entre o ecossistema e a atmosfera. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo analisar o comportamento sazonal da radiação, dos fluxos de energia e CO2 em área de caatinga. Mudanças na disponibilidade de umidade são determinantes para as alterações no regime de cobertura do dossel e impõem múltiplas adaptações à vegetação da caatinga. A redução na cobertura vegetal acarreta uma maior susceptibilidade do ambiente aos efeitos da radiação e insolação. Variações diárias da temperatura aceleram a atividade microbiana do solo e liberação de CO2. As análises foram concentradas no perÃodo de julho de 2004 a julho de 2005. Os resultados mostram que a maior parte da energia absorvida pela superfÃcie foi liberada na forma de calor sensÃvel, refletindo a resposta da vegetação a insuficiência hÃdrica da região. Os resultados obtidos com a análise da evolução do fluxo de carbono possibilitam concluir que no perÃodo de estiagem, embora com taxas mÃnimas, o bioma atua como emissor de CO2. Valores substancialmente mais elevados (negativos) observados no perÃodo
chuvoso indicam um comportamento inverso no qual o bioma atua como sumidouro de carbono da atmosfera (sequestro de CO2). Esse resultado indica a importância da conservação do bioma caatinga no controle do efeito estufa e, consequentemente, do aquecimento global.