Análise crítica do discurso no pós-Marxismo de Laclau e Mouffe

Simbiótica

Endereço:
Universidade Federal do Espírito Santo - Av. Fernando Ferrari, 514, IC II, Sl. 21 - Goiabeiras
Vitória / ES
29075-910
Site: http://periodicos.ufes.br/simbiotica/index
Telefone: (27) 4009-7619
ISSN: 2316-1620
Editor Chefe: Claudio Marcio Coelho
Início Publicação: 31/05/2012
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Ciência política, Área de Estudo: História, Área de Estudo: Sociologia, Área de Estudo: Multidisciplinar

Análise crítica do discurso no pós-Marxismo de Laclau e Mouffe

Ano: 2020 | Volume: 7 | Número: 2
Autores: Bob Jessop
Autor Correspondente: Bob Jessop | [email protected]

Palavras-chave: Ernesto Laclau, Análise Crítica do Discurso, A Exorbitação da Linguagem, Hegemonia, Economia Política Cultural

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Ernesto Laclau e Chantal Mouffe exageram os aspectos textuais da prática social em suas reflexões pós-marxistas. Os autores desenvolveram uma descrição de práticas sociais e da coesão social a partir de termos da linguística e da teoria do discurso. Seu trabalho traz uma crescente rejeição ao economicismo e ao reducionismo de classe, e uma ênfase crescente na construção discursiva contingente e contestada da sociedade. A contingência é a pré-condição da hegemonia – o terreno em que ocorrem lutas pela hegemonia e a construção do populismo. Nesse sentido, eles substituem a noção marxista de primazia causal da economia por uma “primazia do político”. Isso leva a um anti-fundacionalismo discursivo, no qual é impossível construir uma sociedade unificada, porque todos os significados e identidades são contestados, e seus fundamentos institucionais são potencialmente reativados. O artigo conclui comparando essa exorbitação da linguagem com uma abordagem de economia política cultural mais limitada, que oferece uma “terceira via” entre estruturalismo e idealismo. Ele explora as condições que moldam a variação, a seleção, e a retenção da estruturação de sentido e de significado. Essa abordagem procura explicar por que algumas articulações discursivas são selecionadas e sedimentadas para serem contestadas posteriormente e por que algumas propriedades das instituições têm efeitos duradouros em diferentes escalas de ação.



Resumo Inglês:

Ernesto Laclau and Chantal Mouffe exaggerate the textual aspects of social practice in their post-Marxist reflections. They developed an account of social practices and social cohesion in terms inspired by linguistics and discourse theory. Their work saw a growing rejection of economism and class reductionism and growing emphasis on the contested, contingent discursive construction of society. Contingency is the precondition of hegemony – the ground in which struggles for hegemony and the construction of populism occur. In this regard, they replace the Marxist notion of the causal primacy of the economy with a “primacy of the political”. This leads to a discursive anti-foundationalism in which it is impossible to construct a unified society because all meanings and identities are contested, and its institutional foundations are potentially re-activated. The article concludes by comparing this exorbitation of language with a more limited cultural political economy approach that offers a “third way” between structuralism and idealism. It explores the conditions that shape the variation, selection and retention of sense- and meaning-making as well structuration. This approach seeks to explain why some discursive articulations get selected and become sedimented to be contested later and why some properties of institutions have enduring effects at different scales of action.



Resumo Espanhol:

Ernesto Laclau y Chantal Mouffe exageran los aspectos textuales de las prácticas sociales en sus reflexiones postmarxistas. Ellos desarrollaron una conexión entre prácticas sociales y cohesión social inspirados en algunos términos provenientes de la lingüística y de la teoría del discurso. Su trabajo muestra un rechazo creciente al reduccionismo economicista y de clase, poniendo énfasis en la construcción discursiva contingente y contestataria de la sociedad. La contingencia es la precondición de la hegemonía, es decir, la base en la acontecen las luchas por la hegemonía y la construcción del populismo. En ese sentido, ellos reemplazan la noción marxista de la primacía causal de la economía por la “primacía de lo político”. Esto lleva a un anti-fundamentalismo discursivo según el cual es imposible construir una sociedad unificada porque todos los significados y las identidades son contestados y sus fundaciones institucionales son potencialmente reactivadas. Este artículo concluye comparando esa exorbitancia del lenguaje con una más limitada aproximación de la economía política cultural que ofrece una “tercera vía” entre estructuralismo e idealismo. Este enfoque explora las condiciones que modelan la variación, selección y retención de producción y estructuración de sentidos y significados. Con esto se busca explicar por qué algunas articulaciones discursivas son escogidas y acaban sedimentadas para posteriormente ser contestadas, así como por qué algunas propiedades de las instituciones tienen efectos duraderos en diferentes escalas de acción.