Este trabalho pretende examinar a partir de evidências empÃricas, a relação que frequentemente acaba
por se estabelecer entre as configurações socioeconômicas de sistemas produtivos da agricultura
familiar com os processos de degradação ambiental observados, sobretudo no uso predatório dos
recursos naturais nos espaços rurais, considerando-se as concepções e percepções que os agentes
sociais atribuem ao ato produtivo e sua relação com o ambiente. O estudo abordado neste artigo é
resultado de uma investigação baseada na experiência entre agricultores em unidades de produção
familiar no âmbito do municÃpio de Pontes e Lacerda, localizado no Vale do Rio Guaporé, região
sudoeste do estado de Mato Grosso e que está situada uma localidade de transição entre os biomas
do pantanal mato-grossense, o cerrado e a floresta amazônica brasileira, e ainda junto à fronteira
hidrológica das bacias do Prata e Amazônica, onde foram entrevistados 27 agricultores em áreas
inferiores a 400 hectares
The aim of this paper is to examine, from some empirical evidences, the relation that is often
established between the socio-economic configurations of productive systems of family farming and the
processes of environmental degradation observed, chiefly, in the predatory use of natural resources in
rural areas, considering the conceptions and perceptions that social agents attribute to the productive
act and its relation to the environment. The study we present in this article is the result of a research
based on the experience among farmers in family farming unities from the county of Pontes e Lacerda,
located in the valley of the Guaporé river, in the southwestern part of the state of Mato Grosso, a point
of transition between the biomes of Pantanal Matogrossense, the Cerrado and the Brazilian Amazon
rainforest, and close to the hydrological frontier of the Prata and Amazon basins, where 27 farmers,
from lands inferior to 400 hectares, were interviewed.