“Pano pra manga”: a conversão da Academia Brasileira de Letras em uma “arena de moda”
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“Pano pra manga”: a conversão da Academia Brasileira de Letras em uma “arena de moda”
Autor Correspondente: M. A. Fanini | [email protected]
Palavras-chave: Academia Brasileira de Letras, elegibilidade feminina, vestes cerimoniais
Resumos Cadastrados
Resumo Português:
A Academia Brasileira de Letras, fundada em 1897, manteve-se incólume à presença feminina até 1976, ano em que o artigo 17 do Regimento Interno, que até então restringia a eleição aos “brasileiros do sexo masculinoâ€, é alterado, assegurando à s mulheres a possibilidade de candidatura. A primeira mulher a sagrar-se imortal é Rachel de Queiroz, em 1977, cujo ingresso suscitou um verdadeiro debate estético em torno da veste cerimonial que, durante os primeiros oitenta anos de existência da entidade, fora confeccionada exclusivamente para os homens. Nessa ocasião, ao demandar a criação da versão feminina do fardão, a Academia transformou-se em uma verdadeira “arena de modaâ€, farta em inegáveis impasses e “saias-justas†que recaÃram sobre as prerrogativas de gênero, tal como pretendemos evidenciar neste artigo.
Resumo Inglês:
The Brazilian Academy of Letters, established in 1897, remained untouched
by the feminine presence up to 1976, in which year the 17 clause of the Internal Regulation,
which until then had restricted the election to “Brazilians of the masculine
sexâ€, was modified to assure the women the possibility of candidacy. In 1977, the
first woman to take part in the writers’ immortal circle is Rachel de Queiroz, whose
admission raised a true aesthetic debate around the ceremonial uniform, which during
the first eighty years of existence of the institution was designed exclusively for men.
At this occasion, the Academy was transformed into a true “fashion arenaâ€, in which
undeniable impasses and embarrassing situations around the gender prerogatives
abounded, as this article intends to elucidate.