Revista Pindorama

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ISSN: 2179-2984
Editor Chefe: Josaphat Ricardo Ribeiro Gouveia Júnior
Início Publicação: 02/08/2010
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Agrárias, Área de Estudo: Ciências Biológicas, Área de Estudo: Ciências da Saúde, Área de Estudo: Ciências Exatas, Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Engenharias, Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Multidisciplinar

“Cheire os meus lençóis: cheiram a incenso, a cera da igreja... não cheiram a homem”: figurações do erotismo, do desejo e da repressão sexual em A Promessa, de Bernardo Santareno

Ano: 2013 | Volume: 4 | Número: 4
Autores: S. S. Santana
Autor Correspondente: S. S. Santana | [email protected]

Palavras-chave: Bernardo Santareno, A promessa, Erotismo, Desejo, Repressão sexual.

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

O dramaturgo português Bernardo Santareno produziu dezenove textos dramáticos que pedem a cumplicidade do leitor ao mesmo tempo em que o resgata da inércia para arremessá-lo em mundos permeados por ironias, superstições, religiosidade, erotismo, violência, mortes, encontros e desencontros, ou seja, no mundo da marginalização social. Um desses textos teatrais será alvo de maior atenção neste artigo: A promessa (1957). Pretende-se nele analisar a relação existente entre erotismo, desejo, repressão sexual, morte e religiosidade. Acreditamos que este texto santareniano dialoga fortemente com o imaginário cristão, o erotismo pecador e envergonhado. Por isso, a morte, aliada à sexualidade, tornase uma das respostas à repressão dos sentidos e ao “erotismo torturado”, além de configurar-se como o desejo incontido de transpor limites. A agressividade e a morte, interligadas ao erotismo e ao desejo em A promessa, podem ser vistos como dados culturais típicos de uma sociedade repressora. Produzindo uma dramaturgia que traz tanto elementos tradicionais do teatro clássico quanto aspectos relacionados a seu tempo histórico-social, o estudo da obra santareniana proporciona também a rediscussão do cânone português, uma vez que sua obra traduz uma memória coletiva, identificandose com uma época em que a repressão sexual e as tentativas de anulação da individualidade eram a base para a manutenção de uma ordem que só interessava aos poderes político e religioso.