‘BANDIDOS DE TERRAS’ OU ‘GRILEIROS’: INCESSANTES CONFLITOS SANGRENTOS ENTRE PASTORES FULANI E FAZENDEIROS LOCAIS NA NIGÉRIA

Revista Brasileira de Estudos Africanos

Endereço:
UFRGS - Faculdade de Ciências EconômicasAv. João Pessoa, 52 sala 33A - 3° andar - Centro - Porto Alegre/RS
Porto Alegre / RS
90040-000
Site: http://www.seer.ufrgs.br/rbea
Telefone: (51) 3308-3963
ISSN: 24483907
Editor Chefe: Analúcia Danilevicz Pereira
Início Publicação: 31/05/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Ciências Sociais Aplicadas, Área de Estudo: Multidisciplinar

‘BANDIDOS DE TERRAS’ OU ‘GRILEIROS’: INCESSANTES CONFLITOS SANGRENTOS ENTRE PASTORES FULANI E FAZENDEIROS LOCAIS NA NIGÉRIA

Ano: 2018 | Volume: 3 | Número: 6
Autores: Seun Bamidele
Autor Correspondente: Seun Bamidele | [email protected]

Palavras-chave: Nigéria, Pastores Fulani, Fazendeiros Locais, Conflitos Sangrentos

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Incontáveis mortes desnecessárias ocorreram devido aos incessantes e sangrentos conflitos entre pastores Fulani e fazendeiros locais nigerianos. A situação da segurança no país já é ruim o suficiente sem esta ameaça, que envolve a simples, inocente e trabalhadora população de base. No entanto, as autoridades parecem não ter pistas sobre o ângulo apropriado, a partir do qual abordar a questão. As principais discussões acadêmicas sobre o assunto também não deram atenção ao embate em relação às leis de pastoreio e uso de terra. Esta pesquisa, portanto, investiga as mortes perpetradas por pastores Fulani sob a luz de fatores multidimensionais, que estão, também, sujeitos a um cenário político em constante alteração. A pesquisa é qualitativa e utiliza fontes de dados secundárias e de arquivo. As discussões são baseadas na Teoria da Modernização e na Teoria da Escassez de Recursos, o que permite abordar os conflitos de perspectivas variadas. O estudo identifica as políticas contraditórias para o uso pacífico e apropriado de terras e o problemático esquema de apaziguamento nos diversos níveis do governo nigeriano como um dos gatilhos para os confrontos. Além disso, o fraco pacote de segurança social ofertado à população pode ser conectado às Lutas sangrentas e incessantes Visto que não são realizados planos de desenvolvimento estrutural apropriados, que criem reservas de pastagem para os mercantes nômades, estes decidiram expandir seus negócios à força, uma opção que rapidamente atende às suas necessidades em um país deficitário em segurança. Novamente, a porosidade das fronteiras da nação é, também, um fator crucial considerado nesta pesquisa, já que abundam evidências para provar que a maior parte dos perpetradores destes assassinatos sem sentido tem seus esconderijos em nações fronteiriças, de onde armas são transportadas para dentro do país, a fim de executar suas atividades. Por último, o estudo discute a tomada de terras rurais como a finalidade dos massacres realizados pelos pastores Fulani. Após destruir as vilas, os criminosos confiantemente ocupam a terra, algumas vezes com ajuda militar, enquanto os donos originais fogem em busca de segurança. Este desafio securitário contribui para o atraso econômico, social e político, visto que leva à perda de vidas e propriedades, dificulta e provavelmente impede investimentos locais e estrangeiros, destrói terras férteis e aráveis, além de reduzir o fornecimento de alimentos, em última instância reduzindo a produtividade como um todo. Se o governo não responder à altura, por meio de medidas de segurança drásticas, ocorrências futuras permanecerão prováveis.



Resumo Inglês:

Countless of needless deaths have occurred due to the incessant clashes involving Fulani herdsmen and local Nigerian farmers. The security situation in the country is bad enough without this menace, which involves the simple, innocent and hardworking grassroot people. Nevertheless, the authorities appear clueless as to the appropriate angle, from which to tackle the issue. The wealth of scholarly discussions on the subject matter have also overlooked the conflict in relation to grazing and land use laws. This research, therefore, investigates the Fulani herdsmen perpetuated slaughter in the light of multi-dimensional factors, which are also subject to an ever-changing political landscape. The research is qualitative and employs archival and secondary sources of data. Discussions are based on the Modernisation theory and the Resource Scarcity Theory, which enable engaging the clashes from varying angles. The study identifies the incoherent policies on appropriate and peaceful land use and the problematic appeasement scheme at the various levels of the Nigerian government as one of the triggers for the clashes. Also, the poor social security package of the populace can be traced to the incessant bloody fights. As proper structural development plans are not made to construct grazing reserves for the nomadic merchants, they have decided to expand their enterprises by force—an option that readily addresses their need in a security handicap nation. Again, the porosity of the nation’s borders is also a major factor considered in this research, as evidence abounds to prove that most of the perpetuators of the senseless killings have their hideouts in border nations, from where weapons are transported into the country to carry out their activities. Lastly, the study discusses farmland takeovers, as a finishing of the massacre of the Fulani herdsmen. After destroying a village, the culprits confidently occupy the land, sometime with military assistance while the original owners scamper for safety. This security challenge is tantamount to economic, social and political retardation, as it leads to loss of lives and properties, delayed and probably denied foreign and local investments, the destruction of fertile arable land, reduced food supply and ultimately shortened overall productivity. If the government does not rise to the occasion through drastic security measures, future occurrences will remain most likely.