A vegetação litorânea que ocupa a região entre o limite superior da maré alta e as dunas, conhecida como vegetação halófila-psamófila, é caracterizada pelas condições estressantes como altas temperaturas, solos arenosos e bem drenados, ventos e sprays marinhos, condições aparentemente responsáveis pela baixa riqueza especÃfica. Com o objetivo de identificar as caracterÃsticas estruturais foliares da vegetação halófila-psamófila associada à colonização e sobrevivência nas condições de influência marinha, estudou-se a morfologia foliar de sete espécies (Acicarpha spathulata R. Br.; Alternanthera maritima (Mart.) A. St.-Hil.; Canavalia rosea (Sw.) DC.; Hydrocotyle bonariensis Lam.; Ipomoea pes-caprae (L.) R.Br.; Blutaparon portulacoides (A. St.-Hil.) Mears. e Remirea maritima Aubl.) ocorrentes na praia do Tabuleiro, MunicÃpio de Barra Velha, SC. As caracterÃsticas analisadas foram: forma de vida, grau de suculência, espessura foliar, área foliar, área foliar especÃfica, peso seco, conteúdo de água, densidade e posição estomática, tipo de mesofilo e espessura dos tecidos da lâmina. As espécies, na sua maioria, possuem folhas suculentas, nanófilas (área foliar pequena), anfiestomáticas, espessas (> 600 μm), apresentam tecido aqüÃfero, mesofilo dorsiventral com poucos espaços intercelulares. Algumas caracterÃsticas foliares são peculiares em algumas espécies como presença de anatomia Kranz e microfilia. As folhas micrófilas de H. bonariensis, C. rosea e I. pes-caprae estão mais orientadas verticalmente em relação à superfÃcie do solo do que as folhas das demais espécies. As caracterÃsticas morfológicas acima mencionadas são, aparentemente, estratégias das folhas para reduzir a perda da água, diminuir a ação da intensidade de luz e das temperaturas mais altas durante algumas horas do dia, principalmente nos meses mais quentes do ano, permitindo, assim, uma maior eficiência nos processos fisiológicos.