Este ensaio apresenta algumas reflexões acerca da aula de leitura como espaço constitutivo do sujeito-leitor, orientadas pelos postulados da Análise do Discurso de origem francesa, especialmente pelos conceitos de Pêcheux e Foucault acerca de discurso, sujeito e sentido; pelo conceito bakhtiniano de dialogismo; e ainda pelos trabalhos de Orlandi que, fazendo o mesmo recorte que aqui se faz da teoria discursiva, abordam a leitura. Orientado ainda pelas seguintes questões: “A escola propicia ao aluno condições para que ele produza a compreensão?â€, ou “As aulas de leitura propiciam ao aluno condições para que ele se constitua sujeito-leitor?â€, este estudo sugere ser possÃvel a constituição do sujeito-leitor na aula de leitura, desde que se transforme o discurso autoritário da escola, que desarticula a interlocução, em um discurso que, considerando o caráter essencialmente histórico-ideológico da linguagem, abra a possibilidade das múltiplas experiências que a leitura favorece.