TURISMO RURAL DE GOIÁS: CONTEXTOS IMAGINÁRIOS

Cultur

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Telefone: (73)36805043
ISSN: 19825838
Editor Chefe: Marco Aurélio Ávila
Início Publicação: 30/09/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Turismo

TURISMO RURAL DE GOIÁS: CONTEXTOS IMAGINÁRIOS

Ano: 2010 | Volume: 4 | Número: 1
Autores: Maria Francisca Magalhães
Autor Correspondente: Maria Francisca Magalhães | [email protected]

Palavras-chave: turismo rural, cultura, imaginário, rural, urbano

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Resumo Português:

RESUMO DA TESE DE DOUTORADO Sob a orientação da Dra. Margarida Maria Cavalcanti Limena, constrói uma reflexão sobre o turismo rural de Goiás, transcendendo à abordagem econômico/funcional, por acreditar ser essa modalidade de turismo inseparável de um mundo de significações que a faz existir e ser tal como é. Tratou-se a complexidade desse objeto de pesquisa pelo esboço de dois movimentos estratégicos. A primeira parte descreve em três capítulos o turismo rural como realidade – e racionalidade – constituída e constituindo-se (in fieri), reduzindo-o a algumas instituições e significações. Nesses capítulos a atenção foi focada na contextualização do cenário em que o objeto de estudo se encontra – o estado de Goiás; na abordagem do rural goiano a partir da visão de continuum rural-urbano e na apresentação das diretrizes oficiais para o turismo rural, no que se refere à sua definição e a sua implementação por políticas e programas. A segunda parte, dividida em dois capítulos, foi dedicada a explorar o imaginário rural do turista, ancorada no imaginário social de Goiás. No quarto capítulo visitou-se o social-histórico goiano com o objetivo de conhecer a sociedade goiana tradicional. Fez-se um retrato do rural tradicional goiano através da montagem de quatro painéis narrativos que contemplam algumas imagens, algumas significações centrais do rural social-histórico de Goiás. Com isso obteve-se subsídios para cotejar o imaginário de rural do turista no quinto capítulo.O quinto capítulo foi dedicado a conhecer as significações imaginárias – as idéias, as representações, os sentimentos associados pelo turista à idéia de campo que foram exploradas através de entrevistas com turistas acima de 30 anos de idade, em cinco estabelecimentos de turismo rural localizados na Região Metropolitana de Goiânia (RMG). Os turistas foram selecionados em virtude da frequencia maior de famílias com crianças e casais de meia idade nos estabelecimentos visitados, compatível com a referência que muitos autores de turismo fazem a esse fato. A escolha da RMG deveu-se à estreita relação com a visão de continuum rural-urbano que coloca em conexão campo e cidade. Os estabelecimentos foram selecionados por se enquadrarem dentro da definição de turismo rural no que diz respeito à localização das modalidades turísticas, à ligação com a paisagem rural e a algumas características da cultura local. As análises foram conduzidas por operadores do Pensamento Complexo de Edgar Morin e pelas Categorias desenvolvidas por Cornelius Castoriadis e organizadas a partir de eixos temáticos: campo imaginado, campo contemplado, campo vivido, campo rememorado, campo venerado e campo comemorado à medida que as significações imaginárias foram se materializando na direção do devaneio, da memória, das estimações de valência às práticas, às tradições e a cultura. Das análises, pode-se depreender que a natureza imaginada pelo turista é paisagem bonita, sinônimo de campo e principal motivo para a ida deles ao rural. A natureza para eles é espaço sagrado, separado das coisas profanas da vida urbana. Os turistas imaginam o campo como ponto de refugio, como desvio a rotina, mas não como alternativa de vida. Os objetos culturais para eles não constituem objetos de culto (sacralidade), mas sim objetos decorativos, que dão acesso a antigas imagens da sociedade goiana tradicional. O turismo rural aparece como coisa forte, não como simples fuga, mais como coisa positiva e comemoração coletiva.