O objetivo deste artigo é fazer uma análise crítica da forma que a Educação Ambiental vem sendo proposta nas várias recomendações resultantes das con-ferências internacionais realizadas por organismos ligados à Organização das Nações Unidas (ONU) desde o início da década de 70, bem como sugerir que ela seja implementada desde as séries iniciais até o Ensino Superior, como disciplina autônoma e obrigatória, mas não fragmentada. O fundamento para tal proposta se dá em virtude de a Educação Ambiental vir sempre mencionada como uma educação que deve ser inserida nos currículos escolares de forma interdiscipli-nar e/ou transversal. Além disso, o artigo traz à tona a viabilidade da Educa-ção Ambiental ter por premissa a inserção da alfabetização ecológica nos Planos Nacionais Curriculares (PCNs), numa perspectiva da Pedagogia da Terra ou Eco Pedagogia (GADOTTI, 2001), que atue como um mover pedagógico que aborde o tema 'educar ambientalmente' a partir de uma revisão curricular na qual o pro-cesso educativo adote o compromisso de propiciar uma nova visão de mundo para que a Educação Ambiental ultrapasse os muros da escola, assumindo o papel de movimento social e político que oportunize a tomada de consciência do indivíduo quanto a disfuncionalidade humana movida pelo consumo exa-cerbado que provoca o desequilíbrio ecológico e a incapacidade de regeneração dos recursos naturais do planeta na mesma proporção da degradação ambien-tal. A partir da reflexão baseada no percurso histórico da menção da Educa-ção Ambiental nos documentos internacionais, com a utilização de metodologia qualitativa explicativa e a revisão de literatura, este texto tem o escopo de propor a Educação Ambiental dentro de uma nova perspectiva, na qual ela possa aban-donar a ultrapassada e restritiva visão das recomendações internacionais e da recepção pelo legislador brasileiro que a vem defendendo insistentemente sob a ótica interdisciplinar e/ou transversal, e que, muitas vezes, no afã de atender tais recomendações, acaba por promover, até, possíveis conflitos de normas no orde-namento jurídico brasileiro.
The objective of this article is to make a critical analysis of the way that environ-mental education has been proposed in the various recommendations resulting from international conferences held by organizations linked to the United Nations (UN) since the beginning of the 70s, as well as to suggest that it be implemented from the initial grades to higher education, as an autonomous and mandatory discipline, but not fragmented. The foundation for such a proposal is due to the fact that environmental education is always mentioned as an education that must be inserted in the school curricula in an interdisciplinary and/or transversal way. In addition, the article brings up the viability of environmental education having as its premise the insertion of ecological literacy in the National Curricular Plans (PCNs), in a perspective of Earth Pedagogy or Eco Pedagogy (GADOTTI, 2001), acting as a pedagogical move that address the theme 'environment education' based on a curriculum review where the educational process adopts the commit-ment to provide a new worldview so that environmental education goes beyond the walls of the school, assuming the role of a social and political movement that makes it possible to take of the individual's awareness of human dysfunctiona-lity driven by exacerbated consumption causing ecological imbalance, and the inability of the Planet's natural resources to regenerate in the same proportion as environmental degradation. From the reflection based on the historical path of the mention of environmental education in international documents, in the use of the explanatory / qualitative methodology and the literature review, this work has the scope of proposing environmental education within a new perspective, where it can abandon the outdated and restrictive view of international recom-mendations and the reception by the Brazilian legislator who has been insisten-tly defending them from an interdisciplinary and/or transversal perspective, and which often, in their eagerness to comply with such recommendations, end up promoting even possible conflicts of norms in the Brazilian legal system.
