O artigo analisa alguns processos infocomunicacionais na musealização de coleções de arte apreendidas em operações policiais, tendo como estudo de caso a Coleção Oceanos Gêmeos. A coleção é composta por um conjunto de 183 obras de arte resultante de um processo judicial criminal, originário da Justiça Federal no Estado de São Paulo e atualmente sob guarda e responsabilidade do Museu Nacional da República, em Brasília. O recorte temporal compreende os anos de 2009 a 2022, datas da destinação da coleção ao museu e da finalização da pesquisa de campo. A metodologia da pesquisa é descritiva e exploratória com abordagem qualitativa, privilegiando o estudo de caso a partir da literatura científica sobre a temática e da documentação relativa à musealização da coleção. O artigo apresenta alguns dos desafios enfrentados pelos profissionais em museus depositários de coleções apreendidas em operações policiais e evidencia os processos infocomunicacionais realizados na coleção em análise. Nas considerações finais, aponta para a necessidade da elaboração de procedimentos judiciais para garantir as condições de salvaguarda dos acervos, sem ônus para as instituições, e da urgência de políticas públicas em torno de coleções apreendidas e musealizadas.
This paper analyzes some infocommunication processes in the musealization of art collections seized in police operations, using the Oceanos Gêmeos Collection as a case study. The collection is made up of a set of 183 works of art resulting from a judicial process of a criminal nature, originating from the Federal Court in the State of São Paulo and currently under the custody and responsibility of the Museu Nacional da República, in Brasilia. The time frame covers the years 2009 to 2022, the dates of the collection’s allocation to the museum, and the completion of field research. The research methodology is descriptive and exploratory with a qualitative approach, privileging the case study based on the scientific literature on the subject and documentation relating to the musealization of the collection. The article highlights the challenges faced by museum professionals when being custodians of collections seized in police operations, highlighting the infocommunication processes carried out in the collection under analysis. In the final considerations, it points to the need to develop judicial procedures to guarantee the conditions for safeguarding collections, at no cost to institutions, and the urgency of public policies around seized and musealization collections.