O artigo trata de interrogar os processos poético-topográficos nas artes cênicas a partir dos paradigmas espaciais instaurados pelas corporalidades transgêneras na cena brasileira recente. A reflexão põe em tensão os fenômenos de performatividade do espaço (Mostaço, 2016) e de performatividade transgênera (Leal, 2018b) buscando entender traços de habitat de gênero nas artes contemporâneas. A espacialidade travesti é então pensada a partir de configurações cênicas provocativas suscitadas por modos atitudinais de proteção e criação de gênero no ambiente. Neste sentido, a partir de incitações de processos criativos recentes, e da noção de racismo ambiental (Santos et al., 2016), analisamos as categorias da passabilidade, da reclusão e do cisplay como possíveis modos de violência ambiental às transgeneridades.
The article tries to interrogate the poetic-topographical processes in the performing arts from the spatial paradigms established by transgender bodies in the recent Brazilian scene. The reflection puts in tension the phenomena of space performativity (Mostaço, 2016) and transgender performativity (Leal, 2018b), seeking to understand gender habitat traits in contemporary arts. The transvestite spatiality is then thought from provocative scenic configurations raised by attitudinal modes of protection and creation of gender in the environment. In this sense, from the incitement of recent creative processes, and the notion of environmental racism (Santos et al., 2016), we analyze the categories of passability, confinement and cisplay as possible modes of environmental violence to transgenderities.