O modernismo gaúcho possui uma característica que o distingue dos demais modernismos brasileiros: longe de reproduzir o escândalo e a revolta modernista do centro do país, manteve ainda na sua produção literária a dicotomia tradição/modernidade, principalmente na poesia. O presente artigo analisa a manutenção da tradição e as inovações modernistas na obra de Tyrteu Rocha Vianna, poeta gaúcho, cuja única produção poética, Saco de viagem, data de 1928. Analisam-se quais características de sua produção remetem ao mundo regional tradicional e quais inovações permitem classificá-lo como poeta representativo da fase inicial do modernismo gaúcho.
Modernism in Rio Grande do Sul has a characteristic that distinguishes it from the other Brazilian modernisms: far from reproducing the modernist scandal and revolt in the center of the country, it kept in its literary production the dichotomy tradition/modernity, especially in poetry. This article analyzes the maintenance of tradition and the modernist innovations in Tyrteu Rocha Vianna's work, a poet from Rio Grande do Sul, whose only poetic production, Saco de viagem, dates from 1928. We analyze which characteristics from his production refer to the traditional regional world and which innovations make him possible to be classified as a representative poet from the initial phase of Rio Grande do Sul modernism.