Este artigo tem por objetivo analisar os modos como a cultura popular foi representada no interior do Movimento de Cultura Popular do Recife (MCP). As formações intelectuais que ali militaram concebiam a história como uma sucessão de esquemas de dominação social e polÃtica que variavam apenas na forma e na intensidade. Tal premissa, corroborada pelo entendimento comum de que esses esquemas de dominação só sofreriam radicais mudanças quando as classes dominadas se conscientizassem da sua força polÃtica, não arrefeceu as tensões provenientes das diferentes leituras sobre como a cultura popular deveria ser trabalhada internamente pelos intelectuais do MCP. A despeito dessas diferentes posições e levando em consideração certo consenso existente entre seus intelectuais sobre a necessidade de conhecer cientificamente a realidade social pernambucana, analisaremos as linhas básicas de sua concepção sobre a cultura popular.
This essay analyzes the ways popular culture was represented by the MCP (Recife Popular Culture Movement). The groups of intellectuals active in this organization saw history as a sequence of social and political domination schemes that vary only in style and intensity. This premise –based on a consensus that this domination schemes would only change radically when the dominated classes became aware of their political strength- did not soften tensions stemming from different points of view as to how popular culture should be treated by the MCP. Despite these differences and considering a relative consensus among these intellectuals as to the need of knowing scientifically the Pernambuco social reality, we will analyze how these intellectuals conceived popular culture.