O artigo apresenta uma investigação reflexiva sobre Torquemada (1971), peça de Augusto Boal, para além de convenções modernas/ coloniais, a fim de ampliar os estudos sobre as “dramaturgias do Sul”. O objetivo é situar tal dramaturgia, entendida como “história esquecida” (raramente comentada/ estudada/ encenada) e “atual” (refere-se a problemas sociais crônicos enfrentados na América Latina contemporânea, tais como a tortura por agentes de Estado). O texto se organiza em três momentos: Boal para além do Teatro do Oprimido; Torquemada em sua forma-conteúdo, apresentada como “ferida colonial”; os sentidos e significados da tortura em uma leitura decolonial do (con)texto. Conclui-se que a relevância histórica do teatrólogo na luta contra o regime civil-militar brasileiro e o reconhecimento internacional como criador do Teatro do Oprimido relegaram a um segundo plano seu trabalho autoral e que Torquemada é um documento-testemunho de tempos sombrios da tormenta que se abateu sobre o Brasil.
The article presents a reflective investigation of Torquemada (1971), a play by Augusto Boal, beyond modern/colonial conventions, to broaden the studies on the “dramaturgies of the South”. The objective is to situate such dramaturgy, understood as “forgotten history” (rarely commented/studied/enacted) and “current” (referring to chronic social problems faced in contemporary Latin America, such as torture by State agents). The text is organized into three moments: Boal beyond the Theater of the Oppressed; Torquemada in its content-form, presented as a “colonial wound”; the senses and meanings of torture in a decolonial reading of the (con)text. It is concluded that the historical relevance of the playwright in the fight against the Brazilian civil-military regime and the international recognition as the creator of the Theater of the Oppressed relegated his authorial work to the background and that Torquemada is a document-witness of dark times of the storm that befell Brazil.
El artículo presenta una investigación reflexiva de Torquemada (1971), obra de teatro de Augusto Boal, más allá de las convenciones modernas/coloniales, con el fin de ampliar los estudios sobre las “dramaturgias del Sur”. El objetivo es situar dicha dramaturgia, entendida como “historia olvidada” (poco comentada/estudiada/puesta en escena) y “actual” (refiriéndose a problemas sociales crónicos que enfrenta la América Latina contemporánea, como la tortura por parte de agentes del Estado). El texto se organiza en tres momentos: Boal más allá del Teatro del Oprimido; Torquemada en su contenido-forma, presentado como una “herida colonial”; los sentidos y significados de la tortura en una lectura decolonial del (con)texto. Se concluye que la relevancia histórica del dramaturgo en la lucha contra el régimen cívico-militar brasileño y el reconocimiento internacional como creador del Teatro del Oprimido relegó su obra autoral a un segundo plano y que Torquemada es un documento-testigo de oscuros tiempos de la tempestad que azotó a Brasil.