Uma antropologia nativa da família verde-e-rosa ou conceito nativo. Por que ver rizoma onde nos mostram uma mangueira frondosa?

Cadernos De Campo

Endereço:
Av. Prof. Luciano Gualberto, 315 - sala 1021 - Cidade Universitária
São Paulo / SP
55080900
Site: http://revistas.usp.br/cadernosdecampo
Telefone: (11) 3091-3163
ISSN: 1045679
Editor Chefe: Thiago Oliveira
Início Publicação: 31/12/1990
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Antropologia

Uma antropologia nativa da família verde-e-rosa ou conceito nativo. Por que ver rizoma onde nos mostram uma mangueira frondosa?

Ano: 2011 | Volume: 20 | Número: 20
Autores: Ana Carneiro
Autor Correspondente: Ana Carneiro | [email protected]

Palavras-chave: Morro de mangueira, Patrimônio cultural, Família, Conceito nativo, Favela, Rede

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Ao iniciar pesquisa de campo no Morro da Mangueira, recebi o alerta: “você tem que ter compromisso, dar um retorno para a comunidade”. Relatavam-me que o “patrimônio cultural da Mangueira” vinha sendo “roubado” por “gente da sociedade”. E, ao relacionar as noções de “comunidade” e “sociedade”, explicavam-me, “a Mangueira é uma família”. O artigo explora este discurso mangueirense, ouvido em geral nos espaços de interface entre “comunidade” e “sociedade”. Ali, a noção de “família verde e rosa” serve de eixo a partir do qual se recompõem noções características à produção discursiva das ciências sociais, tais como “patrimônio cultural”, “comunidade” e “sociedade”. Esta ideia particular de “família”, formada por não-consanguíneos, é frequentemente descrita como “uma árvore cheia de frutos” e aciona um modelo particular de relação de alteridade, fazendo surgir na análise conceitos como os de rede e rizoma. Mas por que ver rizoma se nos mostram uma árvore?



Resumo Inglês:

When starting field research in the Morro Mangueira, received the warning: "you have to compromise, give back to the community." Reported to me that the "cultural heritage of the Mangueira" had been "stolen" by "people of society." And, while relating the notions of "community" and "society", explained to me, "the Mangueira is a family." The article explores this discourse Mangueirense, mostly heard in areas of interface between "community" and "society." There, the notion of "family green and pink" serves as an axis from which notions recompose the discursive production characteristics of the social sciences, such as "cultural heritage", "community" and "society." This particular idea of ​​"family", consisting of non-kin, is often described as "a tree full of fruit" and triggers a particular model of relation of otherness, the analysis giving rise to concepts such as network and rhizome. But why rhizome see if we show a tree?