O artigo explora os processos de reurbanização e suas implicações sociais no bairro Caximba, em Curitiba. Histórica e simbolicamente marcado por seu aterro sanitário, o Caximba representa um caso emblemático de marginalização urbana, enfrentando desafios relacionados à precariedade habitacional, exclusão social e estigmatização ambiental. Metodologicamente, foi utilizada análise crítica com base em pesquisa documental e revisão bibliográfica, fundamentada principalmente em relatórios institucionais, estudos acadêmicos e legislações. Ainda, há abordagem qualitativa quanto à análise das dinâmicas sociais e territoriais da comunidade no Caximba. O estudo investiga a história das favelas em Curitiba, destacando a evolução das políticas públicas, desde práticas de remoção até intervenções recentes. Assim, enfatiza-se que, embora iniciativas como a construção da Pirâmide Solar e o reassentamento de famílias sinalizem avanços estruturais, persistem lacunas na promoção de inclusão social e cidadania plena. O artigo também discute a insuficiência de diálogo entre poder público e moradores, o que perpetua uma lógica de segregação espacial e exclusão. Ao contextualizar a experiência do Caximba dentro de um panorama mais amplo de urbanização brasileira, o artigo questiona a eficácia de políticas focadas na transformação física dos territórios sem integração social efetiva. Conclui-se que a reurbanização do Caximba, embora necessária, deve ir além de melhorias infraestruturais, priorizando a participação comunitária e o rompimento com narrativas históricas que marginalizam as periferias. Para construir uma cidade mais justa, é fundamental ressignificar as representações sociais do território, promovendo o direito à cidadania plena aos habitantes.
This article explores the redevelopment processes and their social implications in the Caximba neighborhood of Curitiba. Historically and symbolically marked by its landfill, Caximba represents an emblematic case of urban marginalization, facing challenges related to housing insecurity, social exclusion, and environmental stigmatization. Methodologically, critical analysis was used based on documentary research and a literature review, based primarily on institutional reports, academic studies, and legislation. A qualitative approach was also used to analyze the social and territorial dynamics of the Caximba community. The study investigates the trajectory of favelas in Curitiba, highlighting the evolution of public policies, from eviction practices to recent interventions. Thus, it emphasizes that, although initiatives such as the construction of the Solar Pyramid and the resettlement of families signal structural advances, gaps persist in the promotion of social inclusion and full citizenship. The article also discusses the lack of dialogue between public authorities and residents, which perpetuates a logic of spatial segregation and exclusion. By contextualizing the Caximba experience within a broader panorama of Brazilian urbanization, the article questions the effectiveness of policies focused on the physical transformation of territories without effective social integration. It concludes that Caximba’s redevelopment, while necessary, must go beyond infrastructural improvements, prioritizing community participation and breaking with historical narratives that marginalize the peripheries. To build a more just city, it is essential to redefine the social representations of the territory, promoting the right to full citizenship for its inhabitants.
