Um crítico e uma prostituta: Incursões do pensamento em direção ao espectador qualquer

Urdimento

Endereço:
Avenida Madre Benvenuta - 1907 - Santa Mônica
Florianópolis / SC
88035-901
Site: http://www.revistas.udesc.br/index.php/urdimento/index
Telefone: (48) 3664-8353
ISSN: 1414.5731
Editor Chefe: Vera Regina Martins Collaço
Início Publicação: 01/08/1997
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Linguística, Letras e Artes, Área de Estudo: Artes

Um crítico e uma prostituta: Incursões do pensamento em direção ao espectador qualquer

Ano: 2021 | Volume: 1 | Número: 40
Autores: Luiz Paulo Pimentel de Souza
Autor Correspondente: Luiz Paulo Pimentel de Souza | [email protected]

Palavras-chave: Recepção teatral, espectador, crítica teatral, singularidade qualquer

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A partir da pergunta feita por Virginia Woolf em seu ensaio Como se deve ler um livro? e de seu vivo interesse pela figura do leitor comum, neste artigo deslocamos a análise do campo literário para o teatral de modo a problematizar a figura do espectador. Com o intuito de investigar as singularidades e potencialidades das quais o olhar do espectador comum (propositalmente enfocado aqui como espectador qualquer) estaria investido, o artigo mobiliza dois personagens: um crítico, descrito por Diderot em seu Discurso sobre a poesia dramática como um espectador ideal, e uma prostituta aficionada por tragédias gregas, interpretada pela atriz Melina Mercouri no filme Nunca aos Domingos, de Jules Dassin. Buscando diferir o olhar do espectador comum daquele que seria o seu extremo oposto, o especialista, especificamos dois procedimentos distintos presentes na relação entre o olhar e a obra: o gesto hermenêutico, articulando o saber a partir de um campo transcendental, e o gesto-qualquer, recusando exterioridades e fundando um espaço de imanência.



Resumo Inglês:

Starting with Virginia Wolf's question which gives name to her essay How should one read a book? and her vivid interest in the figure of the common reader, this article aims to displace her analytical approach from the literary field to the theatrical field, so as to problematize the spectator figure. Intending to investigate the singularities and potentialities which are invested in the eyes of common spectators (deliberately focused as a spectator of whatever-singularity here), the article mobilizes two characters: a critic who is described as an ideal spectator in Diderot's Discourse on Dramatic Poetry; and a prostitute who is passionate about Greek tragedies, played by the actress Melina Mercouri on Jules Dassin's movie Never on Sunday. Seeking to distinguish the eye of the common spectator from the eye of that who is supposed to be his opposite - the specialist -, this article indicates two distinctive procedures both present in the relationship between regard and work of art: the hermeneutic gesture that articulates knowledge from a transcendental field and the whatever-singularity gesture that refuses exteriorities and establishes a sphere of immanence.



Resumo Espanhol:

De la pregunta formulada por Virginia Woolf en su ensayo How should one real a book? y su gran interés en la figura del lector común, en este artículo cambiamos el análisis del campo literario al teatral para problematizar la figura del espectador. Para investigar las singularidades y potencialidades en las que se invertiría la visión del espectador común (enfocado deliberadamente aquí como un espectador cualsea), el artículo moviliza dos personajes: un crítico, descrito por Diderot en su Discurso sobre la poesía dramática como un espectador ideal y una prostituta aficionada a las tragedias griegas, interpretada por la actriz Melina Mercouri en la película Never on Sundays, de Jules Dassin. Buscando diferenciar la mirada del espectador común de la que sería su extremo opuesto, el especialista, especificamos dos procedimientos distintos presentes en la relación entre la mirada y el trabajo: el gesto hermenéutico, articulando el conocimiento desde un campo trascendental, y el gesto-cualsea, rechazando exterioridades y fundando un espacio de inmanencia.