Trabalho, migração e contrastes socioespaciais urbanos: trajetórias sociais de habitantes da Bacia do Una em Belém (PA)

Ponto Urbe

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ISSN: 19813341
Editor Chefe: Profª. Drª. Silvana de Souza Nascimento
Início Publicação: 06/08/2007
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia

Trabalho, migração e contrastes socioespaciais urbanos: trajetórias sociais de habitantes da Bacia do Una em Belém (PA)

Ano: 2019 | Volume: 1 | Número: 24
Autores: P. P. M. A. Soares e M. T. Hazeu
Autor Correspondente: Pedro Paulo de Miranda Araújo Soares e Marcel Theodoor Hazeu | [email protected]

Palavras-chave: memória, trabalho, migração, urbanização, bacia do una

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo trata das trajetórias sociais de migrantes que se dirigiram de localidades do interior do estado do Pará à cidade de Belém durante o século XX, estabelecendo moradia em áreas baixas, próximas a cursos d’água e constantemente sujeitas a inundações. A etnografia realizada leva em conta a memória do trabalho desses habitantes, para compreender como as narrativas sobre sua trajetória profissional reflete os processos de migração, ocupação do solo, urbanização e a vida nas margens do Estado, além de observar as redes de inserção no mundo do trabalho em Belém articuladas ao campo de possibilidades de escolha da moradia. Os processos de autoconstrução das casas e da infraestrutura urbana na vizinhança pelos próprios moradores constituem fatores de exploração da força de trabalho, ao mesmo tempo que revelam a dimensão social e coletiva da produção do espaço, da ação sobre a natureza e da particularidade da relação com o interior da Amazônia que permeia a forma de “reconstruir” a vida num contexto urbano.



Resumo Inglês:

This article discusses life stories of migrants who moved from their homes in the Amazon countryside to Belém, the state capital during the twentieth century. There, they dwelled on lowland areas nearby watercourses constantly subjected to flooding. The ethnographic approach addresses the inhabitants work memories, focusing on how their narratives of professional careers enables a comprehension of migration, land occupation, and urbanization processes in the margins of the state. This shed lights on the social networks allowing the entry of migrants in the labour market, as well as the range of possibilities regarding the choice and the making of a place for dwelling. The construction of housing and neighborhood infrastructures by dwellers correspond to means of exploitation of their labor force. At the same time, it reveals the production of space and the action upon nature as social and collective processes, embodying knowledge and practices anchored in migrants former livelihoods, which are deployed to rebuild their lives in the urban setting.