TEORIA DO RISCO SOCIAL: RESPONSABILIZAÇÃO DE INDIVÍDUOS, FAMÍLIAS E COMUNIDADES

SERVIÇO SOCIAL EM PERSPECTIVA

Endereço:
Avenida Rui Braga - Prédio 01 - Sala 202 - Vila Mauricéia
Montes Claros / MG
39401089
Site: http://www.periodicos.unimontes.br/sesoperspectiva/index
Telefone: (38) 3229-8455
ISSN: 25271849
Editor Chefe: DIEGO TABOSA DA SILVA
Início Publicação: 16/08/2017
Periodicidade: Semestral
Área de Estudo: Serviço social

TEORIA DO RISCO SOCIAL: RESPONSABILIZAÇÃO DE INDIVÍDUOS, FAMÍLIAS E COMUNIDADES

Ano: 2019 | Volume: 3 | Número: 1
Autores: María Fernanda Escurra
Autor Correspondente: María Fernanda Escurra | [email protected]

Palavras-chave: Capitalismo; Teoria do Risco Social; Responsabilização; Famílias; Comunidades

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Este artigo tem como objetivo abordar os enunciados teóricos de Giddens e Beck que influenciam os novos diagnósticos e prescrições de políticas de “enfrentamento” e “combate à pobreza” formulados pelo Banco Mundial a partir do ano 2000. O Banco Mundial se tornou importante administrador e promotor de políticas de desenvolvimento e de enfrentamento da pobreza, principalmente nos países em desenvolvimento, orientando, desse modo, propostas, iniciativas, projetos e programas governamentais desses países. Entretanto, tais políticas constituem propostas de enfrentamento no interior e nos limites da própria forma de organização social capitalista que, considerada natural e eterna, gera o próprio fenômeno da pobreza. A metodologia deste trabalho articula pesquisa documental de informes e relatórios do Banco Mundial que evidenciam de forma clara tais enunciados teóricos, identificados através de pesquisa bibliográfica. A partir do início do século XXI, a “teoria do risco social” ganha crescente destaque nas diretrizes que orientam as políticas sociais de países em desenvolvimento. Tais enunciados – sintetizados em propostas de “iniciativa local”, “promoção de uma sociedade civil ativa” e tantas outras – prometem renovação e transformações, embora sustentem o triunfo do capitalismo, atualizando o discurso e as práticas conservadoras que responsabilizam indivíduos, famílias e comunidades. Nessa perspectiva, a administração de riscos é fundamental na economia de mercado e, diante sua amplitude, passa a ser a característica principal da ordem global. Consequentemente, cada vez mais as condições de vida de indivíduos e famílias são compreendidas como resultado de suas próprias ações e escolhas.



Resumo Inglês:

This article takes issue with the theoretical propositions of Giddens and Beck that have a great influence on the new diagnosis and policies of "addressing" and "fighting poverty" formulated in the year 2000 by the World Bank. The World Bank has become an important administrator and promoter of policies for development and fighting poverty, particularly in developing countries, thereby guiding the proposals, initiatives, projects and government programs of these countries. However, such policies constitute proposals for confrontation of poverty within and in the limits of the very form of capitalist social organization that generates the very phenomenon of poverty, which is taken as natural and eternal. The methodology of this work combines documentary research of reports of the World Bank that clearly put into evidence the theoretical foundations of its proposals, with bibliographical research aimed to delineate those foundations. Since the beginning of 21st century a "social risk theory" gains increasing prominence in the guidelines that direct the social policies of developing countries. Such propositions – summed up in proposals for "local initiative", "promotion of an active civil society" and many others – promise renewal and transformations, but actually sustain the triumph of capitalism, updating conservative discourses and practices that hold individuals, families and communities accountable. From this point of view, risk administration has become essential to the market economy and, taken into account its diffusion, it has turned itself a central characteristic of the global order. Consequently, the life conditions of individuals and families are increasingly viewed as resulting of their own actions and choices.