O presente artigo propõe uma reflexão crítica sobre o papel do brincar na Educação Infantil, considerando os elementos tempo e espaço como fundamentais para a valorização das práticas lúdicas no cotidiano pedagógico. A partir de uma abordagem qualitativa e com base em revisão de literatura, o estudo busca compreender como o brincar se manifesta nos diferentes contextos educativos, quais são suas potencialidades para o desenvolvimento integral da criança e de que maneira as condições temporais e espaciais interferem na efetividade dessas vivências. A investigação se apoia em obras de autores clássicos e contemporâneos da Educação e da Psicologia do Desenvolvimento Infantil, com o intuito de fundamentar teoricamente as práticas observadas e propor novos olhares sobre a organização do ambiente educativo. Verificou-se, ao longo da pesquisa, que o tempo destinado ao brincar, assim como a qualidade dos espaços disponibilizados, têm impacto direto sobre a autonomia, a criatividade, a socialização e a construção do conhecimento pelas crianças. A literatura também aponta que a escassez de tempo e espaços inadequados ainda são entraves para a efetivação do brincar como direito e eixo estruturante da Educação Infantil. Conclui-se, assim, que é imprescindível que gestores e educadores repensem as práticas escolares, promovendo ambientes que respeitem o ritmo infantil e que potencializam as experiências lúdicas como forma legítima de aprender e se desenvolver.