"Temos um Sonho": como traduzir territórios existenciais totêmicos por meio de ferramentas digitais

Revista Mundaú

Endereço:
Avenida Lourival Melo Mota - S/n - Tabuleiro do Martins
Maceió / AL
57072-900
Site: http://www.seer.ufal.br/index.php/revistamundau
Telefone: (82) 3214-1322
ISSN: 2526-3188
Editor Chefe: Silvia Aguiar Carneiro Martins
Início Publicação: 01/12/2016
Periodicidade: Bianual
Área de Estudo: Ciências Humanas, Área de Estudo: Antropologia, Área de Estudo: Sociologia

"Temos um Sonho": como traduzir territórios existenciais totêmicos por meio de ferramentas digitais

Ano: 2023 | Volume: 1 | Número: 14
Autores: Barbara Glowczewski; Renato Athias
Autor Correspondente: Renato Athias | [email protected]

Palavras-chave: mitologia; digitalização; cartografias; sonhos; Australia; Warlperi

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Na sessão plenária de encerramento do Simpósio de Tecnologias de Informação e Comunidades Indígenas (ITIC) de 2010 em Canberra, os delegados decidiram escrever3 uma série de recomendações para melhorar o acesso da comunidade indígena às tecnologias digitais. Um jovem cineasta Martu, Curtis Taylor, de Parnngurr (Cotton Creek), aproximou-se do microfone e disse: “Temos um sonho como os mais velhos: na mente; tecnologias digitais”4 . Este capítulo mostra algumas analogias entre o mapeamento cognitivo dos sonhos do deserto, a estrutura rizomática da web e os contextos culturais e políticos do uso de tecnologias digitais. Estes são discutidos a partir de exemplos de filmes produzidos e divulgados por indígenas australianos de forma a enfatizar suas mensagens no YouTube e sites similares criados a partir de meados dos anos 2000. Também são discutidas questões técnicas e antropológicas relacionadas ao projeto de expandir, para um site piloto, um CDROM que desenvolvido na década de 1990 com 50 artistas Warlpiri de Lajamanu. A questão aqui é analisar, em meio à indiferença e hostilidade do espaço público manifestados por políticos, mídia e alguns discursos acadêmicos, as formas como grupos humanos marginalizados, como os povos originários em várias partes do mundo, enunciam e constroem sua singularidade subjetiva e territórios existenciais no processo de transformação e mobilidade social. Nesse sentido, a web hoje é uma plataforma para aprimorar as expressões locais de agência e a política de reivindicações culturais projetadas como novos sistemas de conhecimento e inteligência coletiva para o futuro. Tal desenvolvimento, de fato, desafia as responsabilidades dos antropólogos.



Resumo Inglês:

At the closing plenary session of the 2010 Information Technologies and Indigenous Communities (ITIC) Symposium in Canberra, delegates decided to write1 a series of recommendations to improve Indigenous community access to digital technologies. A young Martu filmmaker, Curtis Taylor, from Parnngurr (Cotton Creek), stepped up to the microphone and said: “We have a dream like our elders: in the mind; digital technologies”. This chapter shows some analogies between the cognitive mapping of desert dreams, the rhizomatic structure of the web, and the cultural and political contexts of the use of digital technologies. These are discussed based on examples of films produced and disseminated by indigenous Australians in order to emphasize their messages on YouTube and similar websites created since the mid-2000s. Technical and anthropological issues related to the project of expanding, to a pilot site, a CD-ROM that developed in the 1990s with 50 Warlpiri artists from Lajamanu. The question here is to analyze, amid the indifference and hostility in public space expressed by politicians, the media and some academic discourses, the ways in which marginalized human groups, such as original peoples in various parts of the world, enunciate and construct their subjective singularity and territories. existential factors in the process of transformation and social mobility. In this sense, the web today is a platform for enhancing local expressions of agency and the politics of cultural claims designed as new systems of knowledge and collective intelligence for the future. Such a development, in fact, challenges the responsibilities of anthropologists.



Resumo Espanhol:

En la sesión plenaria de clausura del Simposio sobre Tecnologías de la Información y Comunidades Indígenas (ITIC) de 2010 en Canberra, los delegados decidieron escribir1 una serie de recomendaciones para mejorar el acceso de las comunidades indígenas a las tecnologías digitales. Un joven cineasta de Martu, Curtis Taylor, de Parnngurr (Cotton Creek), se acercó al micrófono y dijo: “Tenemos un sueño como nuestros mayores: en la mente; tecnologías digitales”2. Este capítulo muestra algunas analogías entre el mapeo cognitivo de los sueños en el desierto, la estructura rizomática de la red y los contextos culturales y políticos del uso de las tecnologías digitales. Estos se discuten basándose en ejemplos de películas producidas y difundidas por indígenas australianos con el fin de enfatizar sus mensajes en YouTube y sitios web similares creados desde mediados de la década de 2000. Cuestiones técnicas y antropológicas relacionadas con el proyecto de ampliar, a un sitio piloto, un CD -ROM que se desarrolló en los años 1990 con 50 artistas Warlpiri de Lajamanu. La cuestión aquí es analizar, en medio de la indiferencia y la hostilidad en el espacio público expresadas por los políticos, los medios de comunicación y algunos discursos académicos, las formas en que grupos humanos marginados, como los pueblos originarios en diversas partes del mundo, enuncian y construyen sus ideas subjetivas. Singularidad y territorios: factores existenciales en el proceso de transformación y movilidad social. En este sentido, la web hoy es una plataforma para mejorar las expresiones locales de agencia y las políticas de reclamos culturales diseñadas como nuevos sistemas de conocimiento e inteligencia colectiva para el futuro. De hecho, tal desarrollo desafía las responsabilidades de los antropólogos.



Resumo Francês:

Lors de la séance plénière de clôture du symposium 2010 sur les technologies de l'information et les communautés autochtones (ITIC) à Canberra, les délégués ont décidé de rédiger1 une série de recommandations visant à améliorer l'accès des communautés autochtones aux technologies numériques. Un jeune cinéaste Martu, Curtis Taylor, de Parnngurr (Cotton Creek), s'est approché du microphone et a déclaré : "Nous avons un rêve, comme nos aînés : "Nous avons un rêve comme nos aînés : dans l'esprit, les technologies numériques". Ce chapitre montre certaines analogies entre la cartographie cognitive des rêves du désert, la structure rhizomatique du web et les contextes culturels et politiques de l'utilisation des technologies numériques. Ces analogies sont discutées à partir d'exemples de films produits et diffusés par des indigènes australiens afin de mettre en valeur leurs messages sur YouTube et les sites web similaires créés depuis le milieu des années 2000. Questions techniques et anthropologiques liées au projet d'extension, à un site pilote, d'un CD-ROM développé dans les années 1990 avec 50 artistes Warlpiri de Lajamanu. Il s'agit ici d'analyser, au milieu de l'indifférence et de l'hostilité dans l'espace public exprimées par les politiques, les médias et certains discours académiques, les manières dont les groupes humains marginalisés, tels que les peuples originaires dans diverses parties du monde, énoncent et construisent leur singularité subjective et leurs territoires. En ce sens, le web est aujourd'hui une plateforme qui permet de renforcer les expressions locales d'agence et les politiques de revendications culturelles conçues comme de nouveaux systèmes de connaissance et d'intelligence collective pour l'avenir. Un tel développement, en fait, remet en question les responsabilités des anthropologues.