As telas do sagrado ou o imaginário religioso da televisão

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ISSN: 1807-8583
Editor Chefe: Thais Helena Furtado
Início Publicação: 01/01/1997
Periodicidade: Mensal
Área de Estudo: Comunicação

As telas do sagrado ou o imaginário religioso da televisão

Ano: 2017 | Volume: 0 | Número: 40
Autores: Jean-Jacques Wunenburger
Autor Correspondente: Jean-Jacques Wunenburger | [email protected]

Palavras-chave: Televisão, Imaginário, Religiosidade midiática, Ressacralização

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

Busca-se nesse artigo apresentar a hipótese de o sucesso da televisão advir de sua eficácia em tomar o lugar do religioso, consolidando-se como ponto de reencontro com o sagrado, mas sem um deus, antropocentrado: uma automanifestação. Essa hipótese é investigada por meio da metodologia filosófica. Conclui-se que, em vez de mobilizar a comunhão, característica da integração dos fenômenos religiosos, a televisão promove o isolamento, assemelhando-se a uma religião truncada, uma síntese de todas as experiências sagradas. Essa constatação contraria a suposta dessacralização propiciada pela técnica, engendrando uma paradoxal e simultânea ressacralização. As imagens na tela fazem reviver a hierofania do deus, das situações de possessão maléfica, de transformações de si no sentido de uma autodivinização.



Resumo Inglês:

Cet article présente l'hypothèse où le succès de la télévision est dû à son efficace prise de la place des religieux, consolidant ainsi sa position de point de réunion pour le sacré, mais sans Dieu, anthropocentrique : une auto-manifestation. En conclusion, au lieu de mobiliser la communion, caractéristique de l'intégration des phénomènes religieux, la télévision favorise l'isolement, en constituant une espèce de religion tronquée, une synthèse de toutes les expériences sacrées. Cette conclusion contredit la désacralisation accordée par l'art, mettant l'accent sur la génération d'une résacralisation paradoxale et simultanée. Les images sur l'écran ravivent l'hiérophanie, les situations de possession du mal, les transformations de soi vers l'autodivinisation