A supressão da vazante e o início do vazio: água e “insegurança administrada” no Vale do Jequitinhonha – MG

Anuário Antropológico

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Telefone: (61) 3107-7299
ISSN: 1024302
Editor Chefe: Kelly Silva
Início Publicação: 30/06/1976
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Antropologia

A supressão da vazante e o início do vazio: água e “insegurança administrada” no Vale do Jequitinhonha – MG

Ano: 2011 | Volume: Especial | Número: 2
Autores: Andréa Zhouri, Raquel Oliveira, Klemens Laschefski
Autor Correspondente: A. S. Lobo | [email protected]

Palavras-chave: conflito, água, Vale do Jequitinhonha

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

As formas contemporâneas de inserção do país na economia-mundo resultam muitas vezes em processos conflitivos envolvendo parcelas das populações locais, do Estado e dos agentes empresariais cujos investimentos se baseiam na exploração intensiva de recursos naturais. No Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, os conflitos se multiplicam tendo por objeto a gestão das águas. Na literatura especializada,
os conflitos sobre a água estão associados às condições distributivas, à desigualdade social e ao descompasso entre diferentes representações culturais. Nesse horizonte, este artigo examina, em
particular, o conflito e os desafios vivenciados pelas comunidades ribeirinhas residentes a jusante da barragem de Irapé no que se refere às alterações provocadas em seu modo de vida a partir da instalação da usina no rio Jequitinhonha. Através da experiência como pesquisadores e assessores junto a essas comunidades, o texto discute as controvérsias sóciotécnicas e normativas envolvidas na naturalização da água como mercadoria, destacando seus efeitos na produção de um estado de insegurança e vulnerabilidade imposto à população local.