Este artigo pretende discutir as possibilidades que se abrem para a produção de biografias escritas por jornalistas na contemporaneidade. Será feito um retrospecto conceitual sobre alguns traços que configuram o sujeito na atualidade, assim como as perspectivas de ruptura com um dos cânones jornalÃsticos: a noção de transmissibilidade impessoal. Esta norma de conduta profissional é ancorada na noção da linguagem como código, sendo o jornalista um mero transmissor dos acontecimentos. Como o processo de construção biográfica envolve muitos aspectos, inclusive relações entre espaço e tempo e entre narrativa e memória, este trabalho tem como proposta metodológica a análise de conteúdo sobre a presença autoral do biógrafo-jornalista na construção da obra, com enfoque na narrativa empreendida pelo jornalista e crÃtico literário José Castello, a partir de sua obra “João Cabral de Melo Neto: O homem sem alma. Diário de tudo†(2006).