SUBJECTIVIDADE E BEM-ESTAR DAS CRIANÇAS: (IN)VISIBILIDADE E VOZ

Revista Eletrônica de Educação

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ISSN: 19827199
Editor Chefe: Aline Maria de Medeiros Rodrigues Reali
Início Publicação: 31/08/2007
Periodicidade: Quadrimestral
Área de Estudo: Educação

SUBJECTIVIDADE E BEM-ESTAR DAS CRIANÇAS: (IN)VISIBILIDADE E VOZ

Ano: 2008 | Volume: 2 | Número: 2

Palavras-chave: infância, bem–estar social, políticas públicas, investigação social

Resumos Cadastrados

Resumo Português:

A produção política e normativa sobre bem-estar social das crianças,
nomeadamente a que emana da União Europeia, apoia-se, usualmente, em
referenciais metodológicos que usam valores e ideias tomados
aproblematicamente. Esses referenciais revertem para a pesquisa científica de
suporte às políticas públicas, que assim reproduzem concepções não
problematizadas sobre os termos de referência utilizados e têm consequência
no aparato metodológico mobilizado. Genericamente, essas pesquisas
sustentam-se em estatísticas, que aliam à sua natureza extensiva, uma muito
reduzida capacidade de dar conta das diferenças e desigualdades entre
crianças. Mais ainda, essas metodologias usualmente sustentam-se em
procedimentos epistemológicos que perspectivam as crianças a partir de
pontos de vista adultocêntricos e etnocêntricos. As questões da alteridade
infantil, da diferença cultural e até, frequentemente, da desigualdade social,
encontram pouca expressão na produção investigativa patente em múltiplos
relatórios, nomeadamente nos originários das grandes organizações europeias
e internacionais. Em simultâneo, dimensões como a acção e as culturas
infantis são dificilmente apreendidas nessas investigações sobre bem-estar. A
partir de uma perspectiva alternativa, procuramos neste artigo estabelecer as
bases teóricas, epistemológicas e metodológicas que permitam, na análise do
bem-estar infantil, cruzar os indicadores estruturais com as dimensões da
subjectividade, e os factores sociais com a interpretação e acção das crianças,
enquanto actores sociais concretos.



Resumo Inglês:

Subjectivity and children welfare: (in)visibility and voice
The political and normative production about children social welfare, especially
the one produced in the European Union, is usually based on methodological
references that use values and ideas unproblematically taken. These
references are related to the scientific research that supports public policies,
reproducing conceptions that are not problematized about the referential terms
used, having consequences on the mobilized methodological apparatus. These
studies are generally supported by statistics that adds to its extensive nature a
very short capacity of dealing with differences and dissimilarities between
children. Moreover, these methodologies are usually based on epistemological
proceedings that analyses the children from points of view focused on adults or
ethnicity. The questions about children alterity, cultural diversity and even social
dissimilarity find weak expression on the investigative production in several
reports, especially the ones produced in important international and European
organizations. At the same time, subjects like action and childhood cultures are
hardly seen in studies about welfare. From an alternative perspective, we tried
to set in this article the theoric, epistemological and methodological basis that
allow, at the children welfare analyses, the crossing of structural indicators and
subjectivity dimensions and also the crossing of social factors and
comprehension and action of children as concrete social actors.